Desesperado, Bolsonaro sugere que apuração das eleições seja semelhante à do prêmio da Mega-Sena

 
Como temos afirmado ao longo das últimas semanas, o desespero aterrissou no núcleo duro da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Ciente de que a derrota nas urnas não é improvável, Bolsonaro tem recorrido a declarações absurdas para tentar desqualificar o processo eleitoral e as urnas eletrônicas.

Além dos ataques ao sistema de votação e a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da República já sugeriu, diretamente ou por meio de prepostos, voto em cédula de papel, apuração paralela e fotografar o momento do voto de alguns eleitores, entre tantos absurdos.

Nesta quinta-feira (4), durante encontro com lideranças evangélicas e políticas, em São Paulo, Bolsonaro sugeriu que a apuração das eleições seja semelhante a do prêmio da Mega-Sena, da Caixa Econômica Federal.

O chefe do Executivo afirmou que nos próximos dias pretende levar pessoas à Caixa para mostrar como é a apuração do prêmio, que, na sua opinião, é mais seguro.

 
Durante o encontro na capital paulista, Bolsonaro voltou a atacar ministros do TSE, sem mencioná-los, e defendeu a participação das Forças Armadas no processo eleitoral.

“Três do TSE acreditam piamente nas pesquisas do Datafolha. Estou fazendo minha parte no tocante a isso. Estou buscando impor, via Forças Armadas, que foram convidadas, a nós termos eleições transparentes”, disse.

Considerando que no universo político brasileiro a coerência é mercadoria escassa, não se pode esperar de alguém como Bolsonaro lapsos de bom-senso. Em relação às pesquisas realizadas pelo Datafolha, os levantamentos são considerados críveis quando favorecem Bolsonaro.

No tocante às urnas eletrônicas, alvo de seguidos ataques do presidente da República, é importante lembrar que durante encontro no Clube Militar do Rio de Janeiro, em 1993, Bolsonaro disse que candidatos militares teriam os votos usurpados caso o sistema eleitoral não fosse informatizado. O fato foi resgatado pelo “Blog do Acervo”, do jornal “O Globo”.

Em vez dos recorrentes ataques ao sistema de votação e a ministros do TSE, algo que faz desde a campanha de 2018, Jair Bolsonaro deveria ter se preocupado com realizações do governo em favor da população. Em desvantagem nas pesquisas eleitorais e sem ter o que mostrar aos eleitores, Bolsonaro recorre ao golpismo para tentar permanecer na Presidência.

Vaticinou o escritor francês François de La Rochefoucauld: “O ridículo desonra mais do que a desonra.”


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