Fictícia, deflação beneficia as classes média e alta e garante bomba de efeito retardado para 2023

 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, registrou deflação de 0,68% em julho, resultado que animou o governo federal e alguns analistas, mas é preciso cautela com as comemorações. Isso porque a redução das alíquotas de ICMS incidente sobre combustíveis e energia elétrica vale até 31 de dezembro, ou seja, mais uma manobra sorrateira do presidente Jair Bolsonaro para comprar votos dos incautos.

Quando a proposta que limitou a 17% o ICMS sobre combustíveis estava em discussão no Congresso Nacional, o UCHO.INFO afirmou que, se aprovada, beneficiaria os mais ricos, em detrimento dos direitos dos mais pobres. Com a limitação do ICMS, os estados deixarão de arrecadar, comprometendo investimentos em vários setores, com saúde e educação.

Inicialmente, o governo de Jair Bolsonaro assumira o compromisso de compensar os estados pela queda na arrecadação, mas a proposta acabou descartada. À sombra da covardia, o governo está usando o Tesouro Nacional para ameaçar os governos estaduais que recorrerem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a compensação. O Tesourou tem ameaçado os governos estaduais com o rebaixamento respectivas notas de crédito.

 
Tecnicidades à parte, a deflação anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) favoreceu apenas as famílias com renda mensal acima de R$ 9.696,00 (oito salários mínimos). Considerando que dois terços dos brasileiros recebem menos de dois salários mínimos por mês, a deflação privilegia uma minoria.

Os preços do óleo diesel e do gás de cozinha (botijão), que interessam diretamente aos mais pobres, ainda apresentam alta acentuada no acumulado de doze meses. Em outro vértice do embuste oficial, os preços dos alimentos continuam altos, dificultando a vida dos que ganham menos.

No contraponto desse falso equilíbrio econômico, há oito anos o Brasil não registrava inflação acumulada tão alta sobre os serviços. Os dados divulgados pelo IBGE apontam na direção da alta dos preços no setor de serviços.

Enquanto se deixa levar pelo índice negativo da inflação, a parcela desavisada da população precisa se preparar para o que está por vir a partir de 1º de janeiro de 2023, quando as alíquotas do ICMS sobre combustíveis voltarão ao normal. Além disso, os mais pobres devem se acostumar com a piora dos serviços públicos, começando pela saúde e educação.


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