Debate da Band: ao ser questionado sobre corrupção, Lula perdeu oportunidade de responder à altura

 
Sabem os leitores do UCHO.INFO que nosso jornalismo sempre foi independente, por isso não temos predileção por esse ou aquele candidato. Organizado por um pool de veículos de comunicação liderado pela TV Bandeirantes, o debate entre presidenciáveis foi enfadonho, pois faltaram propostas factíveis e sobraram promessas absurdas.

Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro mais parecia um franco atirador, se considerados os seguidos ataques ao ex-presidente Lula, que foi ao debate com a orientação de não demonstrar agressividade.

Candidato ao Palácio do Planalto por coligação liderada pelo PT, Lula errou ao não responder de forma incisiva à pergunta de Bolsonaro sobre corrupção. Chamado em dado momento de “ex-presidiário”, Lula deveria ter dito com maior ênfase que não obstruiu qualquer investigação da Polícia Federal e não agiu nos bastidores para criar blindagem aos filhos no âmbito do Judiciário, algo que o atual chefe do Executivo fez de maneira escancarada e criminosa.

 
O candidato petista deveria ter enfatizado o caso das “rachadinhas”, cuja investigação acabou prejudicada pela interferência de Bolsonaro no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), não sem antes citar a “Val do Açaí”, o ex-assessor Fabrício Queiroz e o miliciano Adriano da Nóbrega, que empregou a mãe e a esposa no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Lula deveria ter lembrado Bolsonaro sobre o fato de Fabrício Queiroz ter ficado escondido na casa do advogado Frederick Wassef, que defende integrantes do clã presidencial, além do depósito na conta de Michelle Bolsonaro e o pagamento em dinheiro vido, na boca do caixa, de contas de Flávio.

O candidato do PT perdeu a oportunidade de dar mais destaque ao caso do “gabinete dos pastores” no Ministério da Educação, que cobravam propinas para liberar recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE). O ex-ministro Milton Ribeiro foi levado à prisão, mas foi solto após o criminalista Daniel Bialski assumir o caso. Coincidência ou não, Bialski defendeu a primeira-dama Michelle Bolsonaro em caso envolvendo redes sociais. Quem conhece os bastidores do escândalo sabe que se trata de uma ‘bomba” que pode explodir a qualquer momento.

No tocante à fracassada tentativa de compra superfaturada de vacinas contra Covid-19. Bolsonaro disse não ter havido corrupção, mas o presidente da República engana-se. Afinal, o ato de corrupção no caso em questão foi consumado com a tentativa de compra superfaturada de vacinas, com pagamento antecipado de US$ 45 milhões em paraíso fiscal. Isso já configura corrupção.


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