Bolsonaro e seus apoiadores agiram como estafetas de lúcifer no Santuário Nacional de Aparecida

 
Pela primeira vez na história recente do País as eleições são marcadas por estratégias baixas, covardes e criminosas. Nem mesmo na disputa presidencial de 1989 o jogo foi tão sujo como agora.

Na quarta-feira, 12 de outubro, dia em que se comemora a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para “sequestrar” a Basílica Nacional, a exemplo do que fez com a bandeira brasileira e a camisa da seleção, como se fossem propriedades de uma milícia.

O que se viu no Santuário de Aparecida foi um escárnio, com bolsonaristas desrespeitando a comemoração cristã, insultando clérigos e ameaçando profissionais de imprensa. Como se não bastasse um comportamento típico de integrantes de organização criminosa, os apoiadores de Bolsonaro cercaram e ameaçaram uma pessoa que vestia roupa vermelha.

É importante frisar que o Estado é laico, o que pressupõe a inexistência de qualquer corrente de fé nos Poderes constituídos, assim como é livre a prática religiosa em todo território nacional.

Há dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a retirada de redes sociais bolsonaristas vídeo que associava o ex-presidente Lula ao satanismo. Sem ter proporcionado, como presidente da República, qualquer benefício à população, Bolsonaro precisa recorrer a essa prática criminosa para tentar garantir mais um mandato.

 
O que se viu em Aparecida, na quarta-feira, não é algo que se possa classificar como atitude de cristãos, mas de pessoas que em nome de uma ideologia agem como se fossem prepostos de lúcifer.

O TSE, na pessoa do presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, garantiu que não seriam permitidas notícias falsas, com direito a punição dos responsáveis. Até o momento, faltando pouco mais de duas semanas para o segundo turno, a Justiça Eleitoral tem demonstrado certa conivência com o candidato que insiste em ameaçar a democracia, usando para tal, em vão, o nome de Deus.

Não pode falar no nome de Deus quem desrespeita a diversidade, demoniza adversários, zomba dos brasileiros que tombaram diante da Covid-19 e afirmou, em entrevista, que comeria carne humana “sem problema”.

Bolsonaro deveria, respeitando os devotos de Nossa Senhora Aparecida, não tirar proveito de uma das maiores comemorações religiosas do País, tentando vender aos incautos a falsa imagem de cristão. Diferentemente do que faz Bolsonaro, ser cristão não é se esconder atrás de declarações supostamente recobertas pela fé, mas agir como tal. O presidente da República comporta-se como anticristão, travestido de “bom samaritano” apenas porque precisa dos votos dos incautos.


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