Em vídeo, Bolsonaro não se desculpa de fato com meninas venezuelanas rotuladas como prostitutas

 
Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro divulgou vídeo nesta terça-feira (18) para tentar justificar a leviana declaração de que “pintou um clima” em referência a jovens venezuelanas moradoras em cidade satélite do Distrito Federal. A declaração foi dada na última sexta-feira (14) durante entrevista de Bolsonaro a um podcast. Diante da repercussão negativa, o presidente gravou na madrugada de sábado um vídeo para explicar sua fala. Na sequência, o chefe do Executivo disse que seus adversários políticos passaram do limite”.

É importante ressaltar que o vídeo gravado na segunda-feira (17) está erroneamente interpretado com um pedido de desculpas para as jovens venezuelanas que foram maldosamente rotuladas como prostitutas por Bolsonaro.

“Se as minhas palavras, que por má-fé foram tiradas de contexto, de alguma forma, foram mal-entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas”, declarou Bolsonaro no mencionado vídeo.

A desculpa que determinada frase é tirada de contexto tornou-se letra morta no Brasil, país em que a responsabilidade por declarações absurdas é transferida ao universo do abstrato.

O anunciado pedido de desculpas de Bolsonaro não foi dirigido às jovens venezuelanas, mas àqueles que supostamente, na opinião do presidente, interpretaram de forma equivocada sua declaração com cunho pedófilo.

 
Na entrevista ao podcast, Bolsonaro disse: “Meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado pra quê? Ganhar a vida”. Em seguida, completou: “Estavam se arrumando pra quê? Alguém tem ideia? (…) Pra fazer programa”.

Jair Bolsonaro é um delinquente intelectual que acredita ser a o último gênio da raça. Após vociferar estupidezes, surge em cena como incompreendido e perseguido. E para isso usa a desculpa nada convincente de que suas declarações são tiradas de contexto.

Deixando de lado as muitas e absurdas declarações a respeito da pandemia, Bolsonaro usa o argumento de frase tirada do contexto para justificar declarações como a que comeria carne humana. A declaração foi dada ao jornalista americano Simon Romero, do jornal “The New York Times”, em 2016.

“Me rotularam de canibal esses dias, não tem cabimento uma questão dessa daí. Isso é um vídeo de 30 anos atrás numa reserva indígena yanomami, onde o indígena que morria era por três, quatro dias, o seu corpo era cozinhado, e depois os indígenas comem isso aí”, justificou Bolsonaro.

Agora, na esteira da afirmação de que “pintou um clima” quando, durante passeio de moto em Brasília, se deparou com “meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado”, o chefe do Executivo recorre mais uma vez à cantilena do “fora do contexto”.

Para finalizar, destacamos que Jair Bolsonaro não se desculpou com as jovens venezuelanas. O brasileiro precisa acordar para a realidade e concluir que Bolsonaro é “fora contexto”.


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