Movimento de caminhoneiros que interromperam estradas teve financiamento de empresários

 
O presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula em sua tentativa de reeleição, insiste em não reconhecer de forma clara o fracasso nas urnas. O discurso proferido na terça-feira (1), 45 horas após a proclamação do resultado da eleição presidencial, foi entendido pela grande imprensa e pelo Judiciário como reconhecimento da derrota, mas o UCHO.INFO alertou que a fala de Bolsonaro serviu para endossar a obstrução das estradas brasileiras e o pedido de intervenção militar.

Criminosos, manifestantes bolsonaristas foram às estradas e às ruas de importantes cidades brasileiras para cobrar uma reação do Exército. Apostavam na tese absurda que após 72 horas os militares poderiam intervir sem a necessidade de um pedido explícito de Bolsonaro.

Como afirmamos em matérias anteriores, o plano de interrupção das estradas foi acertado antes do segundo turno das eleições e contou com o aporte de recursos por parte de empresários apoiadores de Jair Bolsonaro.

No vídeo divulgado na noite de quarta-feira (2), em que pediu a desobstrução das estradas alegando a necessidade de se respeitar o direito constitucional de ir e vir, Bolsonaro mais uma vez endossou o movimento golpista.

 
Procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo afirmou na quarta-feira (2) que as investigações apontaram para a existência de uma organização criminosa atentando contra o Estado Democrático de Direito.

“Criamos um Núcleo de Atuação Integrada envolvendo os promotores de Justiça da Promotoria de Habitação e Urbanismo, que pode, se o caso, tomar medidas cautelares no sentido de forçar desobstruções e também cobrar multas. E também o Gaeco está investigando, porque na visão do Ministério Público de São Paulo trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o Estado Democrático de Direito no Brasil”, afirmou Sarrubbo.

“Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro, de maneira que o Ministério Público não se curvará a quem quer que seja, defenderá a democracia e trabalhará pela paz da população do Estado de São Paulo e do Brasil de maneira absolutamente intransigente”, acrescentou o procurador.

Em conversa com interlocutores de autoridades que acompanhavam a interrupção do tráfego nas rodovias, o UCHO.INFO alertou para a existência de um grupo de empresários financiando o movimento iniciado pelos caminhoneiros e, em segundo momento, engrossado por radicais bolsonaristas que acreditavam na resistência civil como forma de mudar o resultado da eleição.

Ademais, com a inflação dos alimentos nas alturas e a população em geral enfrentando dificuldades para sobreviver, somente irresponsáveis usariam o próprio dinheiro para bloquear estradas e paralisar o País. O movimento foi orquestrado, apesar da informação de que não havia liderança, e contou com fartos recursos financeiros.


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