(*) Waldir Maranhão
Ultrapassado o período eleitoral, a dura realidade do povo brasileiro volta à cena, agora sem os adereços aplicados por candidatos que fizeram promessas impossíveis de serem cumpridas.
Jogadas ao vento, promessas não enchem barriga e sequer pagam contas. Quando chegam ao campo da realidade, as promessas têm um custo altíssimo para a sociedade como um todo, não havendo distinção entre privilegiados e os abandonados pelo Estado. Os pobres, que também pagam a conta, são os mais prejudicados.
Populismo eleitoral à parte, é preciso pensar o Brasil do amanhã. É importante começar a agir o quanto antes para que a tragédia não se prolongue.
Uma das ferramentas importantes nessa ação de resgate da dignidade do cidadão é o Movimento Comunitário Trabalhista, do PDT, com atuação em todo o Brasil.
O Movimento busca formar lideranças comunitárias nos quatro cantos do país, para que o cidadão possa direcionar suas demandas para os líderes das comunidades, que têm a responsabilidade de fazê-las chegar na outra ponta, ou seja, nas autoridades que respondem por cada setor. Com tão importante mecanismo, os pleitos das comunidades não se perdem pelo caminho.
O Brasil vive a mais grave crise social desde a redemocratização, sendo que medidas pontuais e eleitoreiras, com o objetivo de comprar votos, não passam de meros paliativos. Perdem-se no ar como passe de mágica.
Não se pode falar no amanhã sem que o hoje seja contemplado com iniciativas que miram a solução. Os problemas nacionais são enormes e numerosos, mas em algum momento devemos começar a resolvê-los. Continuar de braços cruzados contemplando o caos e imaginando que um desfecho favorável há de surgir a qualquer momento é sinônimo de irresponsabilidade.
Todo homem público compromissado com o futuro deve se empenhar para reverter a precária presença do Estado de Norte a Sul, que deixa na corda-bamba da esperança a parcela menos privilegiada da população.
A formação de lideranças é o caminho adequado para que, o quanto antes, a realidade brasileira comece a apresentar os primeiros sinais de mudança. Muito além de formar líderes locais para a busca de soluções para uma enxurrada de problemas, o Movimento Comunitário Trabalhista visa acima de tudo garantir os direitos de cada cidadão, algo corroído pelo tempo e pela politicagem.
Falar em formação de lideranças comunitárias em um país dividido ideologicamente pode parecer arriscado, principalmente por causa dos rompantes de violência que temos assistido, mas não podemos nos intimidar diante dos inimigos da democracia.
Devemos, na verdade, redobrar a coragem e a disposição para que o processo de formação de líderes consiga ao longo dos próximos anos defender com firmeza os direitos dos cidadãos, como já citei, e desmantelar o status quo que corrói a sociedade como um todo.
O escritor e jornalista mineiro Fernando Sabino certa vez profetizou: “Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.”
A formação de líderes comunitários é o primeiro passo para, em um país com dimensões continentais, darmos a cada brasileiro o mesmo ponto de partida, acompanhando-o, o máximo possível, até o ponto de chegada. Assim se faz democracia participativa e interativa. Eis a essência do Movimento Comunitário Trabalhista do PDT.
(*) Waldir Maranhão – Médico veterinário e ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), onde lecionou durante anos, foi deputado federal, 1º vice-presidente e presidente da Câmara dos Deputados.
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