Quando o assunto é cultura popular brasileira, o nome de Rolando Boldrin tem lugar garantido e de destaque. Boldrin estava internado há dois meses no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e morreu nesta quarta-feira. A causa da morte não foi insuficiência respiratória e renal.
O velório será realizado no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta quinta-feira (10), das 8h às 15h, e será aberto ao público. O acesso para visitação será feito pelo portão do estacionamento localizado na avenida Pedro Álvares Cabral, 201, apenas para pedestres. O sepultamento ocorrerá no cemitério Gethsêmani Morumbi, às 17h.
Durante dezessete anos, Boldrin comandou o programa “Sr. Brasil”, da TV Cultura. Atuou de forma reconhecidamente para resgatar e valorizar a música caipira de raiz.
Nota divulgada pela Fundação Padre Anchieta, entidade mantenedora da TV Cultura, destaca que Boldrin “tirou o Brasil da gaveta”. “Ele tirou o Brasil da gaveta e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles ‘fora do combinado’, conforme costumava dizer Rolando”, ressalta a nota.
Um dos grandes sucessos de Rolando Boldrin na televisão foi o “Som Brasil”, programa que começou no rádio e estreou na TV Globo em 1981. No programa criado por ele próprio, Boldrin contava causos, dançava e exibia peças teatrais e pequenos documentários. Contudo, o destaque eram as atrações musicais com forte apelo à cultura popular brasileira. Também apresentou os programas “Empório Brasileiro” na TV Bandeirantes e “Empório Brasil” no SBT.
Como ator, Rolando atuou em mais de 30 novelas, como “O Direito de Nascer”, “As Pupilas do Senhor Reitor”, “Os Deuses Estão Mortos”, “Quero Viver”, “Mulheres de Areia”, “Os Inocentes”, “A Viagem”, “O Profeta”, “Roda de Fogo”, “Cara a Cara”, “Cavalo Amarelo” e “Os Imigrantes”.
De acordo com a nota divulgada pela Fundação Padre Anchieta, Boldrin dizia que era fundamentalmente um ator: “esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”.
Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, em 2021, Boldrin disse: “Eu tenho 175 obras gravadas, gravei tudo o que você possa imaginar, de ritmos brasileiros, do samba de breque à moda de viola”.
“Eu sou o que se pode chamar de um contador de histórias”, dizia com certa dose de orgulho. Em sua extensa carreira, que começou no rádio e acompanhou os passos iniciais da televisão no Brasil, Boldrin foi o primeiro a interpretar o lendário personagem Odorico Paraguaçu, de “O Bem Amado”, nos anos 1960.
“Eu fiz a primeira novela da televisão, a segunda, também. Fiz tudo”, divertia-se o ator, quando entrevistado pelo Estadão, durante a comemoração de seus 85 anos.
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