Bolsonaro disse que o Brasil não pode ser um “país de maricas”, mas está recluso desde a derrota para Lula

 
A começar pelo próprio Jair Bolsonaro, ainda presidente da República, o bolsonarismo, em sua maioria, não mais discute a eficácia e a segurança das urnas eletrônicas, simplesmente não aceita o resultado da eleição presidencial, que teve o petista Luiz Inácio Lula da Silva como vitorioso.

Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, o atual vice-presidente da República, Antonio Hamilton Mourão, disse que não passará a faixa presidencial a Lula, alegando que tal papel não lhe cabe. Bolsonaro, por sua vez, já sinalizou nos bastidores que não terá esse gesto de grandeza, já que sua pequenez não permite. Mesmo assim, o presidente ousa em falar em democracia e respeito à Constituição Federal.

Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, Mourão, citando Winston Churchill, defendeu que Bolsonaro deveria encarar o sucessor na rampa do Palácio do Planalto, com “um gesto de altivez e desafio”: “Toma aí, te vira agora, meu irmão. Te vejo em 2026”.

Hamilton Mourão é o típico general da reserva escorregadio, que a depender da situação sai pela tangente quando questionado sobre autoritarismo e golpe, mas quando interessa faz o discurso do democrata convicto, o que não é verdade. Há quem diga que Mourão é mais preparado que Bolsonaro, mas desde o início ado atual governo afirmamos que na melhor das hipóteses o general é “menos pior”. Não por acaso, foi escanteado várias vezes por Bolsonaro.

A sugestão de Mourão a Jair Bolsonaro é delírio de quem vive a anos-luz da realidade. Em termos econômicos, o governo que está no apagar das luzes foi catastrófico, mas serviu para Paulo Guedes destilar sandices e preconceito. Entregar ao sucessor um país nas condições em que se encontra o Brasil e dizer “te vira agora” é chiste chulo e barato de quem se alimenta no cocho do deboche.

 
Sobre o resultado da eleição presidencial, Mourão que os 58 milhões de votos obtidos por Bolsonaro é um capital político que lhe permite liderar a direita no País e tentar voltar ao poder central em 2026. Hamilton Mourão tem o direito de expressar livremente o próprio pensamento e ser otimista, mas precisa ser lembrado que é grande a chance de Bolsonaro ser condenado, perder os direitos políticos e acabar preso.

Justificativas para a reclusão de Bolsonaro têm surgido aqui e acolá. A mais recente dá conta que o presidente está com erisipela, processo infeccioso da pele que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Outros dizem que o chefe do executivo está com depressão pós-eleição. Qual seja a situação de fato, Bolsonaro precisa recorrer a um médico ou a um psicólogo para tratar um u outro problema, talvez os dois.

Para quem comparou a Covid-19 a uma “gripezinha” e afirmou que diante da pandemia o Brasil deveria “deixar de ser um país de maricas”, Bolsonaro consegue a proeza de se deixar abater por causa de erisipela. É importante lembrar que em diversas ocasiões, no estilo vitimização, o presidente postou nas redes sociais fotografias em que aparecia em leito hospitalar.

Contudo, se o problema do presidente da República for “depressão pós-eleição”, a solução é procurar um psicólogo que entenda de resistência às adversidades. Não podemos esquecer que Bolsonaro debochou dos infectados pelo novo coronavírus e suas variantes que tinham dificuldade para respirar ou tombaram diante da Covid-19. Em suma, Jair Bolsonaro é do tipo covarde mimado.


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