Economia da Rússia entra em recessão, com queda de 4% do PIB no terceiro trimestre

 
A Rússia entrou oficialmente em recessão após queda de 4% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, de acordo com estimativa preliminar da agência nacional de estatísticas russa Rosstat, publicada nesta quarta-feira (16).

Como o encolhimento do PIB entre julho e setembro tem o mesmo tamanho do registrado no segundo trimestre, a Rússia agora atende à definição técnica de uma economia em recessão, com dois trimestres consecutivos de queda do PIB.

A redução de 4% na produção econômica entre julho e setembro foi menor do que a contração de 4,5% esperada por muitos analistas. A queda foi impulsionada por uma retração de 22,6% no comércio atacadista e de 9,1% no varejo. Por outro lado, os setores de construção e agropecuário cresceram 6,7% e 6,2%, respectivamente.

A Rússia já havia sofrido uma recessão econômica entre 2020 e o início de 2021 devido à pandemia de Covid-19. O PIB do país subiu 3,5% no primeiro trimestre de 2022, mas o início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro levou a uma onda de sanções que fragilizou a economia local.

 
Sanções e falta de mão de obra

A economia russa tem lutado com uma série de problemas. As sanções ocidentais limitaram as exportações e importações, inclusive de componentes importantes para fábricas e peças sobressalentes. As empresas também sofrem com a falta de pessoal, pois a chamada “mobilização militar parcial” determinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, tirou várias centenas de milhares de homens do mercado de trabalho.

Apesar da economia em contração, a taxa de desemprego da Rússia ficou em 3,9% em setembro, segundo a Rosstat. Como resultado, a economia russa tornou-se ainda mais dependente das exportações de energia, que representam cerca de 40% da receita do governo federal.

No entanto, a economia russa sobreviveu até agora às sanções ocidentais melhor do que muitos economistas esperavam. Em 8 de novembro, o banco central russo previu que o PIB contrairá 3,5% neste ano. O FMI e o Banco Mundial estimam, respectivamente, uma queda do PIB russo de 3,4% e 4,5%.

A resiliência da economia deve-se, em grande parte, ao aumento dos preços globais da energia após a ofensiva na Ucrânia e a uma política monetária restritiva.

Depois que a Rússia foi atingida pelas sanções ocidentais, o banco central elevou drasticamente a taxa básica de juros de 9,5% para 20% em uma tentativa de conter a inflação e sustentar o rublo. A instituição financeira rapidamente a reduziu e no mês passado a manteve em 7,5%, no que a chefe do banco central russo, Elvira Nabiullina, chamou de sinal de “adaptação” da economia a uma “nova realidade”. (Com agências internacionais)


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.