Ainda presidente da República, apesar do estranho e covarde sumiço, Jair Bolsonaro sempre abusou da vitimização quando diante de situações desfavoráveis. Foi assim todas as vezes em que se internou para tratar de obstrução no sistema digestivo em razão do ataque à faca de que foi alvo em setembro de 2018.
Recolhido no Palácio da Alvorada desde 30 de outubro, quando foi derrotado nas urnas, Bolsonaro tem comparecido a raros compromissos oficiais, ou seja, o País está, em tese, sem comando. Considerando que os golpistas de aluguel deixaram de lado a ameaça à democracia e começaram a migrar para o lado do próximo governo, o presidente da República usado o discurso de problemas de saúde para justificar o “sumiço”.
No domingo (4), o vereador Carlos Bolsonaro, o filho “02”, publicou nas redes sociais foto da perna do presidente da República com a ferida provocada pela erisipela. “A erisipela desenvolvida na perna do meu pai. Foto tirada de poucos dias atrás. Fui informado que nesta fase já estava em processo de recuperação e tudo corre muito bem!”, destaca a legenda que acompanha a foto.
Vice-presidente da República e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, em entrevista ao jornal “O Globo”, comentou sobre o problema de saúde enfrentado por Bolsonaro. “É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que vai vir para cá (Planalto) de bermuda?”, disse Mourão.
Doença de pele causada por infecção bacteriana, a erisipela é passível de tratamento, normalmente com antibióticos, e costuma durar de uma a duas semanas.
O UCHO.INFO não está a minimizar o problema enfrentado por Bolsonaro, mas, como afirmamos em matéria anterior, não se pode desconsiderar o fato de que o presidente tem à disposição, em função do cargo, os melhores médicos e hospitais do País, ou seja, já poderia ter se curado da erisipela.
A publicação da foto nas redes sociais é mais um capítulo da epopeia vitimista de Jair Bolsonaro, que não perde uma só ocasião para acionar a manivela do coitadismo.
O presidente e sua prole poderiam ter um lapso de coerência e admitir que milhares de brasileiros têm erisipela e, ao buscarem tratamento, encontram um sistema de saúde pública no terreno das penúrias, com falta de profissionais e medicamentos.
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