Ciente de que o PT provoca “dores de cabeça” no campo político, Lula coloca o partido no devido lugar

 
Um dos fundadores do PT e eleito para novo mandato como presidente da República (terceiro), Luiz Inácio Lula da Silva sabe que o partido é o maior dos problemas que terá de enfrentar a partir de 1º de janeiro de 2023.

Em recente jantar no apartamento da senadora Kátia Abreu (PP-TO), Lula disse aos convivas saber que foi eleito por seu passado como presidente, não por causa do Partido dos Trabalhadores. Na política, como em muitos segmentos da vida, para bons entendedores meia palavra basta. Isso significa que o PT não dominará o governo, a exemplo do que ocorreu nas gestões anteriores.

Enquanto o grupo de transição dava os primeiros passos em Brasília e Lula permanecia em São Paulo após cirurgia na laringe, o presidente eleito não demorou a perceber que os “companheiros” estavam minando com antecedência o seu governo com retaliações desnecessárias e disputas por cargos.

Para se ter ideia da peçonha petista, até mesmo o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin foi alvo do chamado “fogo amigo” disparado por próceres do PT. Na lista de “fritura política” entraram a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e Márcio França (PSB-SP), ambos com papeis preponderantes na eleição de Lula.

 
Mesmo diante da concreta possibilidade de sofrer um atentado em Brasília antes da posse, assunto tratado com cuidado e atenção nos bastidores, Lula rumou à capital federal para colocar “ordem na casa”.

Lula tem afirmado que já tem a escalação de pelo menos 80% do futuro ministério, o que de certa forma é um balde de água fria sobre as pretensões do PT. Tanto é assim, que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional da legenda, não terá cargo na equipe ministerial, decisão recebida com alívio por muitos.

Se por um lado o PT é um “poço de mágoas” em razão das decisões tomadas por Lula no âmbito da formação do próximo governo, por outro o partido tem nomes que merecem destaque, em especial pela habilidade política: Jaques Wagner, senador pela Bahia que não concorreu à reeleição, e Wellington Dias, ex-governador do Piauí e eleito senador. Ambos são cotados para assumir postos no primeiro escalão do próximo governo.

Em edição anterior, o UCHO.INFO afirmou que a equipe de transição, logo no começo, se assemelhava à lendária arca de Noé, tamanha era a diversidade política dos embarcados. Lula venceu a eleição à sombra de um arco de alianças de partidos e esquerda e centro-esquerda, mas para governar terá de rezar pela cartilha do malfadado Centrão, que apoiou a reeleição do derrotado Jair Bolsonaro. Em suma, o balcão de negócios tem de um lado novo operador.


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