Mercadante no BNDES e mudança na Lei das Estatais derrubam ações da Petrobras e do Banco do Brasil

 
Em matéria anterior, o UCHO.INFO afirmou que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva errou ao endossar mudanças na Lei das Estatais, que acabou facilitando a indicação de Aloizio Mercadante à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e impulsionou o Centrão em sua cruzada para abocanhar parte da estrutura do novo governo.

Antes da mudança, que ainda depende de aprovação do Senado Federal, a Lei das Estatais exigia quarentena de no mínimo três anos para qualquer indicação ao corpo diretivo de empresas controladas pela União. Com a alteração na lei, a quarentena caiu para 30 dias, ou seja, a partir de 1º de janeiro o Centrão estará pronto para “passar sua boiada”.

Mercadante, que vinha cobrando de Lula o comando do BNDES, é visto com muitas ressalvas pelo mercado financeiro, que teme o retorno das absurdas medidas econômicas adotadas no governo da então presidente Dilma Rousseff.

Mesmo com a restrição definida pela Lei das Estatais, Mercadante poderia chegar ao comando do banco de fomento com base em manobra adotada pelo ainda presidente Jair Bolsonaro, que em 2019 conseguiu emplacar na diretoria da instituição um colaborador de sua campanha, Fábio Almeida Abrahão.

De olho na possibilidade de tomar de assalto vários e destacados postos nas estatais, o Centrão não perdeu a viagem e aprovou, na calada da noite de terça-feira (13), a mudança na Lei das Estatais. A conivência do PT em relação à mudança foi um erro absurdo, como destacamos anteriormente.

 
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Para que o leitor consiga avaliar os reflexos de ambos os fatos – a indicação de Mercadante e a alteração na Lei das Estatais –, as ações da Petrobras registraram nesta quarta-feira (14) queda de quase 10%, enquanto os papeis do Banco do Brasil recuaram 2,5%.

A desvalorização dos papeis da Petrobras e do Banco do Brasil reflete o medo do mercado em relação à uma possível entrega das estatais à corrupção. Afinal, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e o seu malfadado e criminoso Centrão não alteraram a Lei das Estatais por diletantismo ou caridade. Na verdade, essa alteração é mais um instrumento da bandalheira que o Centrão se acostumou a operar.

Para piorar um cenário que por si só era extremamente ruim, parlamentares petistas ajudaram a aprovar a sorrateira mudança na lei. Caso queira governar no rastro das promessas de campanha e das críticas que fez aos opositores, inclusive do Centrão, Lula precisa dar um basta na farra, mesmo antes do início do novo governo.

O poder do Centrão cresceu de forma assustadora nos últimos quatro anos por causa da inépcia político-administrativa de Jair Bolsonaro, que na campanha de 2018 disparou os piores adjetivos na direção do que há de pior na política brasileira.

Lula prometeu na campanha o que sabia ser impossível de cumprir, como, por exemplo, a manutenção do Bolsa Família em R$ 600. O presidente eleito tinha ciência de que no Orçamento de 2023 não cabia esse valor, mas manteve a promessa apenas para adoçar a parcela incauta do eleitorado. A questão não é ignorar a tragédia social que tomou conta do País, mas de encontrar uma solução para o problema sem entregar o governo para os corruptos profissionais.

O novo governo ainda não estreou, mas Lula já começou errando. Caso não consiga retomar as rédeas e conter a volúpia do PT e dos aliados por cargos, em poucos meses surgirão pedidos de impeachment. Sempre lembrando que o Centrão tem em sua tabela de preços o valor para represar pedidos de impeachment. Jair Bolsonaro que o diga!


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