PF faz operação contra golpistas liderados por Bolsonaro que organizam e financiam atos antidemocráticos

 
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (15) uma operação contra apoiadores do presidente golpista Jair Bolsonaro, acusados de envolvimento em atos antidemocráticos que contestam o resultado da eleição presidencial e pedem um golpe de Estado.

Agentes da PF cumprem mais de 100 mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros – Acre, Amazonas, Rondônia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina – e no Distrito Federal. Trata-se da maior operação policial contra financiadores dos movimentos antidemocráticos.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ação mira empresários que promoveram ou financiaram os atos antidemocráticos – como bloqueios em rodovias e protestos frente a quartéis.

Também foram expedidos mandados de prisão, de quebra de sigilo bancário e de bloqueio de contas de dezenas de empresários, além do bloqueio de redes sociais.

Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados, mas, segundo apuração da Rede Globo, entre os alvos estão os gabinetes dos deputados estaduais capixabas Capitão Assumção e Carlos Von.

“A polícia foi lá, aprendeu meu computador. Eu não participei de nenhuma manifestação antidemocrática, não fiz nenhum pronunciamento contestando a eleição”, afirmou Von à Rede Globo.

 
“Ainda tem muita gente para prender”

Em meados de novembro, Moraes já havia determinado o bloqueio de contas de 43 empresas e pessoas suspeitas de financiar os atos antidemocráticos. Na semana passada, Moraes decretou multas de 100 mil reais aos proprietários dos caminhões envolvidos nos atos, e bloqueou os documentos dos veículos.

Na quarta-feira (14), ao discursar no seminário “STF em ação”, cujo tema foi “O Guardião da Constituição e a Harmonia entre os Poderes”, Moraes afirmou que “ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”, sem dar detalhes ou citar casos específicos.

Desde o segundo turno da eleição presidencial, bolsonaristas cobram intervenção das Forças Armadas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os bloqueios em rodovias começaram logo após a confirmação da vitória do petista, em 30 de outubro. No dia seguinte ao pleito, foram registrados 321 pontos de bloqueios em vias de 25 estados e no Distrito Federal.

O desbloqueio das rodovias demorou a ocorrer. Moraes decidiu intervir e ordenou a liberação das vias, após suposta leniência por parte da Polícia Rodoviária Federal e de policiais militares em coibir e multar os manifestantes. Após o fim dos bloqueios, muitos dos apoiadores de Bolsonaro direcionaram as manifestações para a frente de quartéis do Exército.


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