Chefe do GSI, general Gonçalves Dias pede demissão após divulgação de imagens dos atos golpistas

 
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), o general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo na esteira de imagens de vídeo, divulgadas nesta quarta-feira (19), em que o militar aparece, juntamente com assessores, no Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro.

O general e assessores aparecem nas imagens conduzindo os golpistas para o segundo andar do Palácio do Planalto, onde foram presos pelas forças de segurança.

Uma ala do governo do Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a imediata demissão de Gonçalves Dias, enquanto outra era a favor do afastamento até a conclusão das investigações, com direito a retornar ao cargo caso sua inocência fosse comprovada.

Com a divulgação das imagens, o general deixou de comparecer a audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, tendo apresentado atestado médico. O atestado foi enviado por um assessor do ministro ao secretário da comissão parlamentar. O documento é assinado pelo médico João Luiz Henrique da Silveira.

“Atesto para fins de apresentação junto à Câmara dos Deputados que o Sr. Ministro Marco Edson Gonçalves Dias foi atendido pelo Serviço Médico da Coordenação de Saúde às 13 horas do dia 19/04/2023, com quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, devendo ter ausência em compromissos justificada por motivo de saúde na presente data”, destaca o atestado.

O presidente da República reuniu-se na tarde desta quarta-feira com a cúpula palaciana para discutir o caso, ocasião em que Gonçalves Dias apresentou pedido de demissão ao chefe do Executivo.

 
É prematuro afirmar que Gonçalves Dias de alguma forma colaborou com os terroristas bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto e as sedes dos outros dois Poderes da República, mas o general da reserva errou ao não informar ao governo a existência das imagens. É a primeira baixa na nova gestão Lula.

A demissão do general Gonçalves Dias permite ao Palácio do Planalto continuar atuando nos bastidores para evitar que a CPMI dos Atos Golpistas prospere no Congresso Nacional, onde a oposição comemorou o episódio desta quarta-feira.

Na verdade, os oposicionistas querem se desvencilhar da cangalha golpista e instalar no Palácio do Planalto uma crise política que em nada colabora para a solução dos graves problemas que afligem os brasileiros.

O presidente da CPMI, deputado Sanderson (PL-RS), anunciou um acordo entre os líderes da comissão para que Gonçalves Dias seja convocado a prestar esclarecimentos na próxima quarta-feira (26).

“Olhando o vídeo, está muito clara a contribuição ilegítima do ministro-chefe do GSI para com esses criminosos. Eles deveriam ser tratados como vândalos e criminosos”, disse Sanderson.

“Eles foram tratados até com um certo assessoramento do ministro-chefe do GSI. Agora, a pergunta que tem que se fazer é se ele, como homem forte do presidente Lula, agiu com o conhecimento do presidente Lula”, completou.


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