Em vez de “chorar o tempo todo”, Anderson Torres deveria admitir conivência com golpistas de 8 de janeiro

 
Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres está “detonado” na prisão, de acordo com relatos de senadores que o visitaram na prisão. Torres, foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por omissão no âmbito dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Após a visita, no 19º Batalhão de Polícia Militar, em Brasília, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), disse que Torres “chora o tempo todo”. “Viemos conversar com Anderson Torres. Lógico, ele está em um estado emocional muito forte, há quatro meses, praticamente, sem ver os filhos. A gente precisa se colocar no lugar do outro para saber o que é isso, ficar afastado da família todo esse tempo”, afirmou o parlamentar.

O senador Jorge Seif (PL-SC), foi além e questionou a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. “Ver o meu irmão Anderson naquela situação foi de arrebentar o coração. Uma prisão preventiva não pode durar tanto assim. O cara está magro, o cara está seco, barbudo. O cara está detonado, especialmente emocionalmente”, declarou.

Izalci Lucas parece não ter compreendido a gravidade dos atos praticados pelos terroristas bolsonaristas, que deixaram um rastro de destruição no Palácio do Planalto, no STF e no Congresso Nacional. O senador do DF deveria reorganizar o pensamento e considerar que por muito pouco o Brasil não se transformou em palco de golpe de Estado, apenas porque Jair Bolsonaro não aceitou a derrota nas urnas.

 
Por outro lado, o senador Jorge Seif deveria se inteirar da legislação penal vigente e descobrir que prisão preventiva não tem prazo definido e depende do andamento das investigações. O senador catarinense poderia ter dito que Torres está preso em condições especiais, o que não acontece com os quase 800 detentos existentes no caótico sistema penitenciário nacional.

Sobre Anderson Torres, o ex-ministro poderia ter pensado melhor antes de endossar o plano golpista de Jair Bolsonaro, que em qualquer país minimamente sério estaria preso.

Faz-se necessário lembrar que a Constituição Federal, em seu artigo 5º (caput), é clara ao estabelecer que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Em outras palavras, o fato de Anderson Torres ter ocupado cargos públicos não o faz melhor.

A lista de parlamentares autorizados a visitar Torres inclui diversos nomes, principalmente ex-integrantes do desgoverno Bolsonaro, como os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Sérgio Moro (Justiça), Damares Alves (Direitos Humanos), Marcos Pontes (Ciência) e Tereza Cristina (Agricultura), além do ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Em suma, o Brasil agora conhece a “bancada do golpe”.


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