Lula precisa decidir se Alexandre Padilha é eficaz como articulador político ou não

 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou discurso ambíguo ao falar sobre a questionável articulação política do governo, a cargo do petista Alexandre Padilha. Em recente evento palaciano, Lula cobrou publicamente Padilha sobre as derrotas sofridas no Congresso Nacional.

A cobrança veio após o governo ser derrotado, na Câmara dos Deputados, no caso do Margo Legal do Saneamento. Por 295 voos a favor e 136 contrário, os deputados derrubaram decretos presidenciais. Outra matéria de interesse do governo, o Projeto de Lei das Fake News teve a discussão adiada diante da possibilidade de derrota em plenário.

Há dias, o UCHO.INFO afirmou ser difícil confiar em um governo que tem Alexandre Padilha como articulador político. Após o impasse no âmbito do PL das Fake News, parlamentares afirmaram que Padilha é “fino e educado”, predicados que não garantem tranquilidade ao governo. Para piorar a situação, Padilha tem sido alvo do chamado “fogo amigo”.

Diante dos reveses e com o intuito de desanuviar um horizonte nada favorável, Lula assumiu há dias a articulação política, ou seja, escanteou Padilha, que continua à frente da Secretaria de Relações Institucionais.

Nos próximos dias, Lula chamará ao Palácio do Planalto os presidentes e líderes de MDB, PSD, União Brasil e PSB para cobrará fidelidade nas votações. As quatro legendas controlam 12 dos 37 ministérios e impuseram a primeira derrota de peso ao governo.

 
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Depois desse movimento, o presidente da República, durante viagem a Londres, onde participou da coroação do rei Charles III, disse aos jornalistas brasileiros que “Padilha é o que o País tem de melhor na articulação política”.

O presidente afirmou que a dificuldade na articulação com o Congresso se deve à necessidade de atender às reivindicações dos deputados. “A coisa mais barata e mais eficaz é a gente cumprir aquilo que a gente promete. Tudo que você trata e não cumpre fica muito mais caro depois. É preciso que a gente seja eficaz e cumpra tudo o que prometa”, afirmou Lula.

“O Padilha é o que o País tem de melhor na articulação política. O fato de acertar ou errar, nós temos que pensar o que aconteceu, precisa ver do que estão se queixando os deputados”, completou.

O presidente precisa decidir se Padilha, como articulador político, fica aquém das necessidades do governo ou é “o que o País tem de melhor”. Lula chegou ao Palácio do Planalto ciente do modus operandi do Congresso, por isso é descabido adotar a teoria do “uma no cravo, outra na ferradura”.

Ratificando o que afirmamos em matéria anterior, ou Lula abre o cofre oficial para conseguir governar ou demoniza de vez a política nacional. É importante lembrar que o próprio Lula disse, em setembro de 1993, que à época havia no Congresso uma “maioria de 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”.


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