Nos últimos anos, o Brasil caminhou a passos na direção do atraso. Esse movimento absurdo começou com a força-tarefa de Curitiba, onde a delinquência intelectual de Sérgio Moro e Deltan Dalagnol correu solta em nome de um espúrio projeto de poder.
No âmbito da Operação Lava-Jato, Moro e Dallagnol atropelaram a legislação e condenaram com base em indícios, algo absurdo e inaceitável no Estado Democrático de Direito. Arrancaram delações premiadas na esteira de ameaças e chantagens, como destacamos desde o início da atuação da dupla.
A desfaçatez de Sérgio Moro foi tamanha, que o ex-juiz, após servir ao golpista Jair Bolsonaro, tornou-se sócio de consultoria responsável por administrar o processo de recuperação judicial da Odebrecht, grupo empresarial que esteve no cerne da Lava-Jato.
Não é novidade que a elite brasileira cultiva com todas as forças o antipetismo, como se apenas a extrema-direita e os tais conservadores fossem senhores da verdade suprema. Aceitar que a lei seja flagrantemente desrespeitada para condenar os que não comungam da mesma ideologia é prenúncio de ditadura.
Eleitos senador e deputado federal, respectivamente, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol têm usado o Parlamento para alcançar visibilidade na imprensa e lacração nas redes sociais. Tal comportamento traduz de forma fiel a essência torpe da dupla de falsos Don Quixotes.
Na segunda-feira (8), no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se recusou a comentar as postagens de Moro em redes sociais, todas em tom de provocação.
“Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, escreveu o ex-juiz.
Informado sobre a publicação, Gilmar rebateu: “Não vou falar sobre Moro agora. Vamos tratar de temas mais importantes”.
O ministro do STF foi além e afirmou: “O germe desse fascismo vem desse modelo (desrespeitar os limites da lei ao combater a corrupção) que levou a uma sucata do sistema político. Bolsonaro só se elege nesse contexto. O discurso antipolítica colou e fez com que ele surgisse como uma alternativa de decisão e as pessoas embarcaram nisso. A Lava Jato faz de Bolsonaro o seu candidato. É bom que isso seja dito. O discurso antipolítica vem da Lava Jato assim como o discurso antiSupremo, o ataque conta o Supremo”.
Dallagnol, que se apressou para não deixar o companheiro de farsa à deriva, usando as redes sociais para atacar Gilmar Mendes, como se fosse o último bastião da moralidade pública.
“Gilmar Mendes nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia”, escreveu.
Se há no Brasil quem não respeitou a liturgia do cargo – há aos montes –, esse certamente é Deltan Dallagnol, o farsante travestido de falso salvador da pátria. Usou o cargo de procurador da República para acusar sem provas e agir de forma criminosa para conseguir delações premiadas de acordo com seus interesses escusos.
Tal comportamento é típico de fascistas que se promovem à sombra do descaso com a lei. Moro e Dallagnol venderam aos incautos a ideia de que são “mãos limpas”, mas a máscara caiu quando decidiram apoiar Jair Bolsonaro.
O pior, infelizmente, é que ainda há quem defenda figuras do naipe de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e outros tantos radicais de direita, que enchem os pulmões para falar de democracia. É o fim!
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