UCHO.INFO: 22 anos de jornalismo dedicado ao Brasil e aos brasileiros

(*) Ucho Haddad

Permito-me neste artigo misturar a primeira do singular com a primeira do plural. Desde o início usei o “nós”, agora peço licença para escrever na primeira pessoa. Ouso dizer que essa miscelânea é uma quase licença poética. Até porque, hoje, 17 de junho, comemoramos o vigésimo segundo ano do UCHO.INFO.

Era um sonho, virou realidade. O desejo de ajudar a mudar o Brasil, mostrando a cada brasileiro a realidade dos fatos, foi a faísca que me moveu. Queria, na verdade, que cada um conseguisse enxergar aquilo que uma minoria mal-intencionada sempre esconde. Fui longe demais, ultrapassei as fronteiras do perigo, corri riscos, enfrentei ameaças, recusei ofertas espúrias. Investi muito, ganhei pouco. Em suma, gastei dinheiro para revelar o que muitos gostariam de manter nas catacumbas do poder. Faria tudo outra vez!

Jornalismo vai além do ofício que, há quase 50 anos, fui induzido a escolher – na verdade, o segundo ofício. Naquela época, era fotografar e escrever ou nada feito. Fiquei com a primeira opção, pois do contrário ficaria sem o emprego. Jornalismo é minha crença, fotografia, minha devoção. Durante muito tempo escrevi mais do que fotografei, mas sempre com a câmera por perto. De uns tempos para cá virei a chave: fotografo mais, escrevo menos.

Continuo acreditando ser possível mudar um país através da informação correta, séria e compromissada com a verdade. Porém, é preciso que quem se dispõe a ler queira de fato essa mudança que demora a chegar.

Fazer jornalismo o tempo todo pautado em política e economia e vice-versa é cansativo. Principalmente em um país em que escândalos são diários, comuns e normalizados por preguiça do cidadão, que conta com a conivência de setores da imprensa. Em um país onde planos econômicos são gangorras enguiçadas e os ditos especialistas no assunto são tratados como semideuses, quando de fato são ilusionistas míopes, fazer jornalismo é dar murro em ponta de faca. O pior é que os escândalos caem no esquecimento porque sempre há outros mais na fila esperando para entrar em cena.

O jornalismo entusiasma, põe a gente pra frente, reforça os objetivos, aumenta os desafios, alimenta os sonhos quase impossíveis. Foi dessa maneira que trouxe o UCHO.INFO até aqui. Mais de duas décadas fazendo jornalismo sério, com responsabilidade, sempre pensando no Brasil e nos brasileiros.

Não fosse sonhador, jamais teria criado o UCHO.INFO. Sequer teria chegado tão longe. Pelo fato de ser idealista, sempre acreditei que era possível fazer mais e melhor. Continuo acreditando nisso. Para levar o sonho ao terreno da realidade, desafio enorme, abri mão de momentos e coisas importantes. Valeu a pena!

Com o surgimento da internet e sua contínua e surpreendente evolução, a cada 24 horas quadruplica o volume de informações em todo planeta. Isso explica a avalanche de informações rasas e marcadas por frivolidades. A ordem agora é devorar notícias vazias e “lacrar” nas redes sociais. Por um lado, é preciso publicar inverdades, protagonizar escândalos; por outro, aceitar ser enganado, até mesmo abduzido, conviver com pós-verdades. Esse tipo de jornalismo nos recusamos a fazer.

Pesquisa recente da agência Reuters mostrou que 41% dos brasileiros evitam se informar. Estou falando de 90 milhões de pessoas que preferem ficar à margem da informação, seja por falta de interesse, seja por cansaço, saturação, falta de confiança. Cenário preocupante e que coloca em sério risco uma democracia jovem e já com fissuras. Sem informação de qualidade não há como saber o que está sendo feito pelos eleitos, assim como é impossível cobrá-los. Sem informação é impossível reagir aos tantos absurdos que surgem por todos os lados. Aliás, o brasileiro parece viver em plena letargia diante dos escândalos.

Ao longo desses 22 anos, fizemos a nossa parte com muita dedicação, determinação e coragem. Fizemos bem-feito. Creio que fomos além, mas poderíamos ter feito mais. Enfrentamos limitações, paciência!

Antecipamos fatos, denunciamos escândalos, apontamos erros, fizemos análises e previsões que se confirmaram com o tempo. Levamos aos políticos propostas que hoje beneficiam milhões de brasileiros. Outras propostas poderiam ter seguido a mesma rota, mas pararam na má vontade de alguns. Se há recompensa para o nosso empenho, a consciência tranquila é a maior de todas, um troféu intangível. Não há prêmio mais relevante para um jornalista do que o leitor.

Como sempre afirmei, o UCHO.INFO não tem político de estimação, não faz jornalismo de encomenda, não tergiversa diante dos fatos, não passa a mão na cabeça de corruptos. Somos, sim, fiéis aos leitores. Somos garantistas, respeitamos a Constituição e defendemos o estrito cumprimento da lei. Tal postura incomoda muita gente, principalmente os preguiçosos que acham a política uma chatice e os que aproveitam o momento para atentar contra a democracia. Esses não têm vez, pelo menos aqui.

Enquanto o UCHO.INFO estiver no ar, seguiremos o caminho que traçamos lá atrás, pois nele acreditamos. Obrigado a todos que nos ameaçaram e desafiaram, pois nosso jornalismo se fortaleceu. A cada investida descobrimos que estávamos no caminho certo. Obrigado aos que desde sempre nos acompanharam e continuam acompanhando. Aos que desembarcaram no meio da viagem, nosso agradecimento. Obrigado aos que acreditaram no nosso trabalho, obrigado também aos que desdenharam desde o início, que torceram contra. Muitíssimo obrigado aos que colaboraram e permanecem colaborando. Obrigado a todos, obrigado a cada um. Pela confiança, pela parceria. Obrigado, sempre!

(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, fotógrafo por devoção.

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