Encontrados destroços do submersível desaparecido; equipamento implodiu próximo ao Titanic

 
A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (22) que destroços encontrados no fundo do oceano por um veículo operado remotamente pertencem ao submersível Titan, que despareceu no domingo com cinco pessoas a bordo.

O órgão norte-americano informou que o pequeno submarino, que levava turistas aos destroços do Titanic, implodiu perto do navio naufragado, no fundo do Oceano Atlântico, sem deixar sobreviventes.

“Os destroços são consistentes com perda catastrófica da câmara de pressão”, disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA. “Nossas condolências mais sinceras vão para os entes queridos da tripulação.”

Pouco antes, um comunicado da empresa americana OceanGate Expeditions, que operava o Titan, informou que os passageiros foram “tristemente perdidos”.

A bordo estavam o bilionário empresário britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho dele, Suleman, de 19 anos; o presidente da OceanGate, Stockton Rush, de 61 anos; e o operador de submarino francês Paul-Henri Nargeolet, apelidado de “Sr. Titanic” devido a seus frequentes mergulhos no local.

A busca desesperada pelo Titan atingiu um estágio crítico na manhã desta quinta-feira, quando se estimava que o suprimento de oxigênio dentro do submersível teria se esgotado.

A viagem do Titan começou na sexta-feira passada, partindo do Canadá, a bordo do navio quebra-gelo Polar Prince. No domingo, o Polar Prince chegou à área onde o Titanic afundou, a cerca de 600 quilômetros da costa canadense. O submersível iniciou seu mergulho pouco depois, mas acabou perdendo contato com seu navio de apoio cerca de 1 hora e 45 minutos depois.

 
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De acordo com a Guarda Costeira dos EUA, “sonares não detectaram eventos catastróficos nas últimas 72h”, sugerindo que a implosão do submarino aconteceu antes do início das buscas.

O Titan partiu com quantidade de oxigênio disponível para 96 horas, segundo a OceanGate Expeditions, o que significa que o prazo para o fim dos estoques havia terminado na manhã desta quinta-feira, supondo que o Titan ainda estivesse intacto.

Buscas

Em meio à corrida contra o tempo, mais dois robôs teleguiados haviam sido deslocados nesta quinta-feira como reforço na procura pelo submersível.

As buscas, que também incluíram aviões militares americanos e canadenses e navios da guarda costeira, ocorreram em uma vasta faixa do Atlântico Norte, desde a superfície do oceano até uma profundidade de quase quatro quilômetros.

Na quarta-feira, a Guarda Costeira americana informou que sons subaquáticos haviam sido detectados. As equipes passaram então a concentrar seus esforços na área próxima aos “estrondos”, que aumentaram a esperança de que os passageiros ainda estivessem vivos – embora os especialistas não tenham conseguido confirmar a origem dos sons.

Nesta quinta-feira, a Guarda Costeira informou que destroços haviam sido encontrados na área onde se realizavam as buscas. Horas depois, veio a confirmação de que se tratava do Titan.

A expedição ao Titanic

A OceanGate Expeditions cobra de seus clientes até US$ 250 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) por uma expedição de oito dias e sete noites que inclui um lugar a bordo de seu submersível para ver o famoso naufrágio.

O mergulho até os destroços, incluindo ida e volta, dura em torno de oito horas: são cerca de duas horas de ida, duas de volta e mais o tempo para observar o navio naufragado. Os restos do Titanic estão a uma profundidade de 3.800 metros.

O Titanic afundou após bater em um iceberg em 14 de abril de 1912. Seus destroços foram encontrados apenas em 1985 pelo americano Robert Ballard. (om agências internacionais)


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