Subserviente, Tarcísio de Freitas quer dizer a Bolsonaro que a reforma tributária foi gestada em seu governo

 
O UCHO.INFO sempre afirmou que Jair Bolsonaro, além de golpista convicto, é um populista da pior espécie. Logo na estreia do seu desastrado governo, Bolsonaro adotou o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Em suma, um falso patriota usando o nome de Deus em vão com o objetivo de preparar o terreno para um golpe de Estado que, por sorte, fracassou.

Longe do Palácio do Planalto, após ser derrotado na eleição presidencial de 2022, Bolsonaro agora prova que jamais se preocupou com os interesses do Brasil e dos brasileiros. A prova maior desse desinteresse é a ordem para que os parlamentares do Partido Liberal votem contra a proposta de reforma tributária, que rodopia no Congresso Nacional há quase três décadas.

Extremamente necessária, a reforma tributária ultrapassa questões políticas, ideológicas e partidárias pelo simples fato de ser de interesse do País. Ao orientar a bancada do PL a votar contra, Bolsonaro mostra que não sabe perder. Afinal, o ex-presidente trabalha contra a reforma porque a eventual aprovação da proposta acontecerá nos primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, turista acidental eleito pelos paulistas, inicialmente era contra a reforma tributária. Tarcísio tentou liderar uma intifada de governadores contrários à matéria, mas nesta quarta-feira (5) mudou de ideia após encontro com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda.

 
Tarcísio de Freitas pretende conversar com o ex-presidente e convencê-lo a mudar de ideia. De acordo com pessoas próximas, o governador de São Paulo quer mostrar a Bolsonaro que a proposta de reforma tributária foi gestada em seu governo e que seria um contrassenso o PL votar contra.

O governador paulista pode usar os argumentos que desejar na tentativa de convencer Bolsonaro, mas é importante destacar que a Proposta de Emenda à constituição (PEC) nº 110, de 2019, tem com um dos idealizadores o deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), que tem larga experiência no assunto.

Economista e político experiente (está no oitavo mandato de deputado federal) e de trajetória ilibada, Hauly foi secretário da Fazenda do Paraná por duas vezes e proferiu centenas de palestras Brasil afora para explicar as vantagens da reforma.

Querer transferir a Bolsonaro a copaternidade da reforma tributária é mais um desvario de Tarcísio de Freitas, que deveria convencer o ex-presidente da República a aceitar a derrota nas urnas e, ato contínuo, reconhecer que seu criminoso negacionismo foi responsável por dezenas de milhares de mortes por Covid-19.


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