Advogado de detratores de Alexandre de Moraes usa argumento frágil ao defender clientes

 
A Polícia Federal ouviu em depoimento os envolvidos nos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ocorridos na última sexta-feira (14) no Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci, na capital italiana.

Moraes foi ameaçado e agredido verbalmente por Roberto Mantovani, Andreia Munarão Mantovani e Alex Zanatta Bignotto, apoiadores do ex-presidente e golpista de plantão Jair Bolsonaro.

De início o trio rebateu às acusações, mas diante dos investigadores mudaram o discurso, alegando que ocorreu um entrevero no aeroporto de Roma. As imagens fornecidas pelas autoridades italianas ao governo brasileiro não deixam dúvidas a respeito dos envolvidos na agressão.

Bignotto prestou depoimento no último domingo (16), ao passo que Mantovani e Munarão depuseram na terça-feira (18), ocasião em que admitiram ter empurrado o filho do ministro do STF. Na verdade, o filho de Moraes foi agredido fisicamente no rosto.

Por orientação dos advogados, o trio vem negando os fatos, mas as investigações avançaram com celeridade, a ponto de a PF ter cumprido mandados de busca e apreensão nos endereços dos acusados, onde foram recolhidos celulares e computadores.

 
A decisão da Justiça de autorizar busca e apreensão aponta na direção do inconteste envolvimento dos três nas agressões ao ministro, situação que pode piorar sobremaneira casos os investigadores encontrem dados relevantes nos equipamentos eletrônicos. Os objetos apreendidos durante o cumprimento do mandado judicial foram lacrados e serão enviados a Brasília, onde corre o inquérito.

A situação dos detratores de Alexandre de Moraes não é das mais confortáveis, pelo contrário, apesar de o advogado do trio, Ralph Tortima Stettinger, insistir na inocência dos clientes e na tese de que a agressão física ao filho do magistrado não passou de um empurrão.

Stettinger nega que as agressões verbais por parte dos clientes e afirma que a confusão foi causada por uma senha de reserva exigida para entrar na sala VIP do aeroporto de Roma. O papel do advogado é defender os clientes, mas há um limite entre a defesa e o conteúdo das gravações fornecidas pelas autoridades italianas. De acordo com informações obtidas pelo Palácio do Planalto, as gravações não deixam dúvidas a respeito da agressão. Em suma, negar o óbvio e tentar desqualificar os fatos compromete a defesa dos acusados.

“O que existiu foi uma discussão em torno de lugar da sala VIP. Sabendo que não haveria lugar para sua família com duas crianças e um idoso, vendo um ministro ingressar logo em seguida, [Andreia] entendeu que teria existido algum privilégio e se manifestou não contra o ministro, mas relativamente às atendentes que estavam ali. A senhora Andreia desconhecia necessidade de reserva prévia que provavelmente o ministro tinha na sala VIP”, disse o advogado.


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