Lira intensifica chantagem ao governo Lula, enquanto brasileiros não reagem ao banditismo político

 
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Com larga experiência na cobertura política em Brasília e conhecedor das catacumbas do Congresso Nacional, o Parlamento brasileiro jamais teve composição tão desqualificada, salvas as honrosas exceções.

Um dos líderes do Centrão, o que há de pior e mais nocivo na política brasileira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vem chantageando o governo do presidente Lula de forma acintosa, sem que a população reaja à essa investida bandoleira.

Lira tem cobrado do Palácio do Planalto o comando de ministérios importantes e cargos na estrutura federal para garantir a aprovação de matérias de interesse do governo, como, por exemplo, o projeto do arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos.

Há dias, ao participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, Arthur Lira mostrou-se como ele de fato é: político abusado que fala em nome de um bloco parlamentar informal, cujos integrantes têm currículos que dispensam apresentações. O presidente da Câmara reclamou da demora de Lula em despachar ministros que não fazem acordo com o Congresso, cobrou cargos, defendeu o semipresidencialismo e tratou de questões relacionadas aos indígenas, como se fossem temas de sua exclusiva competência.

 
Lira anunciou na terça-feira (1) que a votação do arcabouço fiscal ficará para o final de agosto, em clara demonstração de que está disposto a chantagear cada vez mais o governo do presidente Lula.

Preocupado com a declaração de Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi à Câmara para tratar do assunto, quando ouviu do parlamentar alagoano que a votação do arcabouço fiscal não está condicionada à entrega de ministérios e cargos. O deputado do PP foi além em sua bazófia e afirmou que a aprovação do orçamento, que de acordo com a Constituição Federal deve acontecer antes do recesso do final do ano.

Haddad por certo desconhece a índole de Arthur Lira, por isso confiou nas palavras do presidente da Câmara dos Deputados. O cenário sugerido por Lira é preocupante, pois o arcabouço fiscal corre o risco de não ser votado em 2023, inviabilizando os projetos do governo para o próximo ano. Em outras palavras, o deputado alagoano está decidido a engessar a gestão Lula em 2024, caso o Palácio do Planalto não se renda ao banditismo político que grassa no Congresso.

Os brasileiros de bem, que defendem a democracia e querem um País mais justo e menos desigual, têm o dever de reagir à delinquência política que há muito emana do Congresso Nacional. O Brasil não pode ser refém de verdadeiras quadrilhas que defendem apenas os próprios interesses, quando deveriam se preocupar com o sem fim de mazelas que impõe aos cidadãos menos aquinhoados um presente impiedoso e um futuro incerto.

Em qualquer país minimamente decente e com população ciente de seus direitos e obrigações, a essa altura o Congresso Nacional estaria cercado e a nação paralisada. Enquanto a população ficar de braços cruzados diante do escárnio, as quadrilhas continuarão se apossando do Estado em todas as suas instâncias.


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