Como afirmou o UCHO.INFO em matéria anterior, a anistia concedida aos militares por ocasião da feitura da Constituição Federal de 1988 foi um erro crasso do Parlamento brasileiro, que decidiu apostar no bom-senso daqueles impuseram ao País um regime de exceção durante 21 anos. A anistia deu aos militares a falsa sensação de que são “donos” do Brasil, o que não é verdade.
Nesta terça-feira (26), durante depoimento aos senadores e deputados federais que integram a CPMI dos Atos Golpistas, o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, mostrou sua verdadeira face depois de tentar vender aos parlamentares um falso bom-mocismo.
Questionado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se as eleições de 2022 de fato foram fraudadas, Heleno respondeu em tom de irritação: “Já tem o resultado das eleições, já tem um novo presidente da República, não posso dizer que foram fraudadas, [as urnas] foram examinadas”. A relatora não se intimidou diante do militar e disparou: “O senhor mudou de ideia, não é? Muito obrigada”.
Descontrolado e revelando sua verdadeira essência, truculenta e deselegante, Heleno rebateu: “Ela fala as coisas que acha que tá na minha cabeça. Porra, é para ficar puto, não é? Puta que o pariu!”. Além de mentir de maneira acintosa durante o depoimento, Augusto Heleno faltou desrespeitou a senadora maranhense e todo o Congresso, que a essa altura estaria fechado se a tentativa de golpe tivesse prosperado.
O palavrório chulo de Augusto Heleno não surpreende que conheceu as entranhas do pior governo da história nacional, exceto os da ditadura militar. O convívio com Bolsonaro requer de qualquer pessoa um comportamento desajustado, torpe e marcado pela ignorância, algo que ficou comprovado ao longo de quatro terríveis anos.
Em qualquer país minimamente sério e com políticos cientes de seus papeis, o presidente da CPMI teria dado voz de prisão a Augusto Heleno não apenas pelo espetáculo de mitomania, mas também pelas palavras de baixo calão usadas para atacar a relatora.
Principal conselheiro do golpista Jair Bolsonaro, desde a campanha presidencial de 2018 até o último dia do governo, Heleno sempre foi alvo de críticas por parte deste noticioso, que jamais se deixou levar pela fala visguenta e mentirosa do ex-chefe do GSI.
Outro detalhe que chama a atenção desde o início do depoimento é a participação do advogado de Augusto Heleno, que no máximo pode orientar o cliente a responder ou não às perguntadas formuladas pelos parlamentares. Em ato deliberado, com a conivência do presidente da CPMI, o advogado de Augusto Heleno vem cometendo a ousadia de elaborar as respostas. Isso por si só é um escárnio, mas é importante ressaltar que CPIs não passam de tablado para exibição política.
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