Como já afirmou o UCHO.INFO em matérias anteriores, os brasileiros de bem deveriam sentir inveja dos argentinos, que tiveram coragem para punir com rigor os militares que entre 1976 e 1983 aniquilaram o regime democrático no vizinho país. Vale salientar que em 1966 a Argentina foi palco de um golpe de Estado, que levou a um período ditatorial encerrado sete anos depois, com a volta de Juan Domingo Peron ao poder.
O maior erro do Congresso Nacional, no âmbito da feitura da Constituição Federal de 1988, foi anistiar os militares responsáveis pelo mais tenebroso período da história brasileira. Facinorosos e golpistas, os militares perseguiram, prenderam, torturaram e mataram deliberadamente em nome de um projeto para livrar o País de ameaças comunistas.
Desde então, até os dias atuais, muitos militares (uma minoria golpista) creem que são donos do Brasil, carregando sob fardas e distintivos a sensação de impunidade e o direito de serem tratados como cidadãos especiais, acima da lei e de todos, mas de fato não são. Na verdade, esses parias da caserna são covardes que fingem coragem apenas quando estão entre seus iguais.
A melhor prova desse gueto militaresco que mancha a imagem das Forças Armadas é o general da reserva Augusto Heleno, que durante o desgoverno de Jair Bolsonaro comandou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI).
Amparado por decisão judicial que garante o direito de permanecer em silêncio durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas, Heleno respondeu apenas às perguntas que eventualmente pudessem favorecê-lo. Mesmo assim, muitos integrantes da CPI, com falas firmes e contundentes, promoveram um nocaute moral do militar que há muito deveria estar em casa, de pijama e na cadeira de balanço.
Covarde conhecido, até porque todo defensor de ditaduras o é, Augusto Heleno mentiu e forma flagrante quando arriscou responder a algumas perguntas formuladas por deputados e senadores. Heleno negou que participasse de reuniões de Bolsonaro com a cúpula das Forças Armadas, mas uma fotografia exibida no plenário da CPI desmontou o discurso farsesco do militar.
Diante do espetáculo de mitomania, faltou coragem à direção da CPI para dar voz de prisão ao ex-chefe do GSI, pois o depoente não pode mentir, mesmo que garantido o direito de permanecer em silêncio.
Erroneamente, a Carta Magna de 1988 anistiou de forma ampla, geral e irrestrita os militares que durante 21 anos aterrorizaram o País e os defensores da democracia. Contudo, tendo o dia 8 de janeiro no horizonte, os filhotes da ditadura, que continuam sonhando com um regime de exceção, não podem ficar impunes depois da inequívoca e frustrada tentativa de golpe.
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