CPMI do 8 de Janeiro aprova relatório final, que requer o indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas

 
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou nesta quarta-feira (18), por 20 votos a 11, o relatório final, que requer a responsabilização criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 60 pessoas pelos atos antidemocráticos que destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Na sessão, marcada por declarações divergentes, os governistas aprovaram o documento elaborado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), enquanto os oposicionistas criticaram os pedidos de indiciamento, colocando dúvidas sobre a possibilidade de as acusações serem investigadas de forma aprofundada.

O pedido de indiciamento é uma sugestão para que o Ministério Público e a Polícia Federal, com base nos documentos obtidos pela CPMI, avancem com as investigações, constatados os crimes, proponham as devidas ações penais.

No caso de Bolsonaro, o golpista-mor, o relatório da CPMI elenca quatro crimes, cujas penas máximas, somadas, chegam a 29 anos de prisão: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Três desses crimes também são atribuídos aos manifestantes do 8 de Janeiro que estão sendo julgados no Supremo Tribunal Federal (STF).

 
No relatório, o ex-presidente é apontado como “mentor intelectual” dos ataques. Eliziane Gama afirma que os atos golpistas foram um “ataque desesperado” depois de um “golpe ensaiado” por Bolsonaro, que não foi adiante porque a cúpula das Forças Armadas não embarco na aventura.

Após fracassar em sua tentativa de reeleição, Bolsonaro se reuniu com comandantes da Marinha, da Aeronáutica e do Exército munido de uma minuta, para avaliar a possibilidade de um golpe de Estado. Por dever constitucional, os militares simplesmente ignoraram a proposta de Bolsonaro, que já estaria preso caso o Brasil fosse um país minimamente sério.

Não é a primeira vez que o ex-presidente é alvo de um relatório de comissão parlamentar. Em outubro de 2021, as penas dos crimes atribuídos a Bolsonaro no âmbito da CPI da Covid atingiam 38 anos.

Contudo, o então procurador-geral da República, Augusto Aras, um sabujo desavergonhado, engavetou as investigações abertas a partir do relatório. Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no cerne de várias investigações da Polícia Federal (PF), Bolsonaro encontra-se em cenário que o torna vulnerável às decisões judiciais.


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