Ultrapassa as fronteiras da torpeza a atitude rasteira e covarde do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que determinou veto à proposta do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para uma pausa humanitária na Faixa de Gaza. A resolução apresentada pelo Brasil foi aprovada por 12 países, sendo que apenas os EUA votaram contra.
O plano de Biden consiste em chamar para si os holofotes globais a partir de pedido feito ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que seja liberada a entrega de ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, que são alvo de um genocídio patrocinado pelo governo facinoroso de Tel Aviv.
A manobra do presidente norte-americano acontece após governos de países árabes cancelarem reunião com Biden, diante do ataque ao Hospital Al-Ahli, na Faixa de Gaza, que deixou ao menos 500 mortos. Ciente de que será negativo o dividendo político do incondicional apoio dos EUA a Israel, Biden tenta surgir em cena como o “salvador da pátria”.
Na sequência do encontro entre Biden e Netanyahu, nesta quarta-feira (18), Israel anunciou a permissão para que o Egito entregue quantidades limitadas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza – a primeira brecha em dez dias de “cerco total” imposto pelo governo israelense ao enclave palestino.
O cerco – que impediu a entrada de água, comida, energia e combustível em Gaza – veio em retaliação aos ataques brutais do grupo fundamentalista islâmico Hamas contra a população israelense em 7 de outubro, que deixaram mais de 1.400 mortos.
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Na esteira da ofensiva do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, forças israelenses também lançaram incessantes bombardeios contra o enclave, que já mataram mais de 3.000 pessoas. Os ataques e o cerco levaram a uma “catástrofe humanitária sem precedentes” no território palestino, segundo a ONU. A situação se agravou na terça-feira, quando uma enorme explosão num hospital na Cidade de Gaza matou centenas.
O gabinete de Netanyahu informou que Israel não impedirá as entregas de alimentos, água ou medicamentos, desde que sejam limitadas a civis no sul da Faixa de Gaza e não sejam destinadas a militantes do Hamas. A declaração não fez menção ao combustível extremamente necessário.
Não ficou claro quando a ajuda começará a fluir. Na passagem de Rafah, a única ligação de Gaza com o Egito, caminhões cheios de ajuda aguardam há dias para entrar. Mas a instalação tem capacidade limitada e, segundo o Egito, teria sido danificada por ataques aéreos de Israel.
Na opinião do UCHO.INFO, a tendência é que Benjamin Netanyahu, que há muito balança no cargo, seja apeado do posto de primeiro-ministro de Israel tão logo o conflito dê sinais de arrefecimento. Isso porque o serviço de inteligência de Israel falhou ao não considerar a possibilidade de ataque por parte do Hamas. Além disso, contra o primeiro-ministro pesa a investida totalitarista para calar o Judiciário israelense.
No contraponto, o falso bom-mocismo de Benjamin Netanyahu não deve ser levado a sério, pois limitar a ajuda humanitária à população civil de Gaza soa como pieguice discursiva, uma vez que as forças israelenses têm bombardeado instalações civis no enclave palestino. Em suma, Biden e Netanyahu tentam sair bem na foto.
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