Acordo entre o Hamas e Israel prevê troca de reféns por presos palestinos e trégua de quatro dias

 
Israel e o grupo Hamas fecharam um acordo para libertar 50 reféns em troca de pausa no combate, na quarta-feira (22), pelo horário local — noite de terça-feira (21), no Brasil. As informações foram divulgadas pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A imprensa israelense informou que os primeiros reféns devem ser libertados na quinta-feira (23). De acordo com o governo de Tel Aviv, mulheres e crianças sob o poder do Hamas serão liberadas dentro de um intervalo de quatro dias. Durante este período, o conflito estará em pausa.

O gabinete de Netanyahu acrescentou que a pausa no conflito poderá sofrer prorrogações de um dia para cada 10 reféns liberados. Israel está apostando em uma estratégia equivocada, pois o Hamas conseguiu, ao custo de milhares de vidas ceifadas, o que almejava: que a causa palestina fosse discutida em toda parte. O radicais do Hamas nada mais têm a perder, portanto será preciso contrapartida maior para que mais reféns sejam libertados.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro, as avançaram de forma secreta. Também nesta terça-feira, fontes dos Estados Unidos confirmaram a existência de tratativas, reveladas na última semana por uma reportagem do jornal “The Washington Post”.

Netanyahu convocou membros do governo para discutirem o acordo nesta terça-feira. As conversas avançaram durante a madrugada de quarta-feira, pelo horário local. Antes da reunião, o primeiro-ministro de Israel assegurou às autoridades de segurança e do alto escalão do governo que a ofensiva ao Hamas será retomada após a libertação dos reféns.

“Estamos em guerra e continuaremos a guerra”, disse Netanyahu. “Continuaremos até atingirmos todos os nossos objetivos.” A sobrevida política do primeiro-ministro israelense será curta, podendo durar até o momento em que a guerra passar para segundo plano.

 
Até mesmo o governo de John Biden, que de chofre declarou apoio a Israel, já percebeu que Netanyahu está por um fio. A continuidade do massacre na Faixa de Gaza interessa apenas ao primeiro-ministro, que antes do conflito já enfrentava incontestável crise política. Quanto mais longo for o massacre em Gaza, mais tempo Netanyahu permanecerá no poder.

Cerca de 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas em outubro, quando a guerra começou. De acordo com o governo dos EUA, o grupo palestino afirma que o cessar-fogo é necessário inclusive para escolher quais serão os libertados.

Autoridades norte-americanas confirmaram que as discussões para o acordo também envolviam a liberação de 150 palestinos mantidos como prisioneiros por Israel. Essa informação também está em um comunicado publicado pelo Hamas, que afirmou que os prisioneiros são mulheres e crianças.

A pausa no conflito também permitirá a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Com isso, caminhões com auxílio médico e combustível devem chegar a todas as regiões do enclave.

O Hamas afirmou que acordo prevê ainda que o tráfego aéreo no sul de Gaza seja completamente suspenso enquanto durar o cessar-fogo. Já na região norte, nenhuma aeronave poderá sobrevoar o território das 10h às 16h.


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