PL decide não punir o deputado Zé Trovão por violência doméstica; Michelle Bolsonaro fica em silêncio

 
Ao longo de 2018, com ênfase na campanha presidencial daquele ano, afirmamos que Jair Bolsonaro, se eleito, levaria o País ao retrocesso e em algum momento daria um “cavalo de pau” na democracia brasileira. Por sorte a tentativa de golpe não prosperou, mas o Brasil caminhou na direção contrária da coerência, sempre a reboque do mantra populista “Deus, pátria, família e liberdade”.

Bolsonaro arremessou o País na vala do conservadorismo torpe, a ponto de valores democráticos serem ignorados por boa parte da população. Misógino, homofóbico, racista e xenófobo, o ex-presidente, que deveria estar preso por ameaça à ordem democrática, sempre defendeu valores retrógrados e questionáveis, a começar pela condição submissa da mulher na sociedade e no ambiente familiar. Essas ideias criminosas encontraram guarida no campo do fundamentalismo cristão.

Infelizmente, nossas previsões se confirmaram ao longo de quatro tenebrosos anos, fazendo com que a população percebesse o perigo que representou o pior governo da história nacional. Mesmo assim, a turba de radicais que apoiam Bolsonaro preferiu permanecer no campo da ignorância e flertando com o retrocesso.

 
O mais recente exemplo desse comportamento torpe de Jair Bolsonaro agora faz eco no Partido Liberal, o PL, legenda presidida por Valdemar Costa Neto, que não se avexa de ser mais um na fila da sabujice bolsonarista.

Na terça-feira (21), Costa Neto afirmou que o partido não punirá o deputado federal Zé Trovão (SC), acusado por sua ex-companheira de agressão física e ameaças com uma faca. Para justificar a decisão, o presidente do PL alegou ter ouvido de Zé Trovão que apenas segurou o braço da namorada em legítima defesa, pois ela o teria agredido primeiro.

No momento em que a violência doméstica cresce em todo País e exige um combate firme e permanente por parte das autoridades e da sociedade, Valdemar Costa Neto prefere minimizar a gravidade da atitude de Zé Trovão. Ademais, é impossível rotular como “bom menino” alguém que liderou greve dos caminhoneiros, paralisando o País em todos os quadrantes. Não obstante, Costa Neto jamais soube o real significado de “bom menino”.

Contudo, causa espécie o silêncio de Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, diante da atitude de Zé Trovão e da decisão pífia da direção do partido. Fosse minimamente coerente, a ex-primeira-dama já teria renunciado ao cargo, algo que não faz por conta do polpudo salário (R$ 41,6 mil).


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