Se Janones é processado pela prática de “rachadinhas”, Flávio Bolsonaro deve ter o mesmo tratamento

 
Em tese, a Câmara dos Deputados é a casa de representação do povo, ou seja, os parlamentares têm o dever de defender os interesses da população, o que não acontece. O Senado Federal, por sua vez, defende os interesses dos estados, por isso a eleição de senadores é majoritária, ou seja, vence o candidato que angariar mais votos.

Ambas as Casas legislativas estão a léguas de distância de seus respectivos papeis, pois foram transformadas em um misto de balcão de negócio com tatame ideológico, onde prevalecem os interesses espúrio dos parlamentares e o embate entre esquerda e direita, movimento que ganhou força durante o mandato do golpista Jair Bolsonaro.

Quem acompanha de forma mais atenta as atividades de deputados e senadores sabe que a briga pelo poder é imunda e criminosa. Parlamentares, não importa se de esquerda ou de direita, não deixam escapar uma só oportunidade que permite fustigar os adversários.

Acostumado com “lacrações” nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante-MG) é alvo de alvo de processo de cassação de mandato, instaurado no Conselho de Ética da Câmara. Janones é acusado de promover “rachadinhas” em seu gabinete, ou seja, ficava com parte dos salários dos assessores. A acusação remonta ao ano de 2019.

Em que pese eventual decisão do Conselho de Ética de cassar o mandato de Janones, a cassação propriamente dita só será consumada se, em plenário, 257 deputados votarem a favor da perda do mandato parlamentar, algo que dificilmente acontecerá.

O intuito do processo de cassação é desgastar a imagem de André Janones junto aos seus eleitores e seguidores nas redes sociais, onde o deputado mineiro fustiga de forma recorrente os apoiadores de Bolsonaro.

Na opinião do UCHO.INFO, o Conselho de Ética só deveria julgar transgressões cometidas na atual legislatura, jamais casos ocorridos anteriores a 1º de fevereiro de 2023. Se a regra que embasou a decisão de abrir o processo contra Janones vale para todos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01” do golpista, deveria ter tratamento idêntico no Senado em razão das “rachadinhas” ocorridas em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), cujo operador era Fabrício Queiroz.

O objetivo da oposição – leia-se direita e extrema direita –, que já não sabe o que fazer para garantir a própria sobrevivência política, é criar confusões e cortinas de fumaça para tirar do radar os desmandos de Jair Bolsonaro e seu grupelho.

O UCHO.INFO não tem procuração para defender André Janones, algo que jamais faria porque político de estimação não cabe no nosso jornalismo, mas é necessário ressaltar que a Constituição Federal, em seu artigo 5º (caput), é clara ao estabelecer que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Em outras palavras, o pau que bate em Chico, bate em Francisco.


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