A ausência de governadores bolsonaristas no evento “Democracia Inabalada”, promovido pelos três Poderes no Congresso Nacional, nesta segunda-feira (8), ultrapassa os limites da covardia. Tarcísio de Freitas, o turista acidental que foi eleito governador de São Paulo, Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG) anunciaram antecipadamente que não participariam do evento proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alguns governadores alegaram compromissos agendados com antecedência, como se a democracia não merecesse uma alteração na agenda, enquanto outros recorreram à desculpa mambembe de viagem de férias.
Zema chegou a mudar de ideia e anunciou que nesta segunda-feira estaria em Brasília para o ato em defesa da democracia, mas pressionado por aliados políticos acabou desistindo de última hora. Em suma, Romeu Zema mostrou que é um político covarde com todas as letras.
Para justificar a decisão de última hora, o governador mineiro alegou que o ato ganhou caráter político, por isso decidiu não participar. Na verdade, quem se encarregou de informar que ele não participaria do evento foi o seu partido, o Novo, conhecido reduto bolsonaristas menos radicais.
“Grande problema no Brasil é que tudo vira disputa política, e os problemas não se resolvem. Os culpados pelo vandalismo devem ser punidos. Mas o país precisa caminhar e seguir trabalhando. E é isso que tô fazendo aqui”, escreveu Zema na rede social X, antigo Twitter.
Aproveitando que o golpista Jair Bolsonaro – que em qualquer país sério estaria preso – incentivou um golpe de Estado usando a retórica boquirrota que “joga dentro das quatro linhas da Constituição”, recorremos à metáfora futebolística para derrubar as alegações toscas dos covardes bolsonaristas que preferiram não ir a Brasília.
As justificativas dos governadores, em especial a de Romeu Zema, se assemelham à desculpa do torcedor da seleção brasileira que se recusa a ir ao estádio porque lá estarão torcedores vestindo camisas dos seus respectivos times do coração. Esse detalhe não invalida a torcida pelo “onze canarinho”, mas explica a má vontade de quem não quer torcer pela seleção.
A fracassada tentativa de golpe, levada a cabo pela turba bolsonarista porque Bolsonaro sempre moveu-se no terreno da covardia, foi um ato político incentivado e patrocinado por quem despreza a democracia e não aceita a alternância de poder.
Disputando o espólio político de Jair Bolsonaro e de olho na corrida presidencial de 2026, Romeu Zema acenou à extrema direita ao desistir de participar do evento em defesa da democracia, assim como fazem Tarcísio e Caiado. Em outras palavras, Zema entrou na disputa política que ele próprio citou e condenou.
É importante que o eleitor fique atento a esses profissionais do proxenetismo político, que em nome dos próprios interesses eleitorais dão as costas à democracia.
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