As mulheres da sala de espera da hemodiálise

(*) Lêda Lacerda

Quando fui com meu filho para a primeira sessão na clínica de hemodiálise, cheguei assustada não sabendo o que ia acontecer e totalmente estranha àquele ambiente.

É uma sala fria, com cadeiras azuis que não trazem nenhum conforto. Mas o que eu não sabia é que lá tinham mulheres iluminadas. São mães que levam seus filhos, são filhas que levam suas mães ou pais, são esposas que levam seus maridos e tem também as cuidadoras, quando ninguém da família pode acompanhar o paciente.

Logo que cheguei fui acolhida por uma senhora querida de sorriso fácil e olhos lindos. Ela foi a primeira pessoa que me acolheu nesse mundo até então muito novo e dolorido para mim. Valeu Regina querida!

O caso do meu filho chamou atenção por ele ser jovem e estar cadeirante. Comecei a contar a minha história para cada uma que perguntava.

Foi nesse momento que comecei a conhecer as minhas amigas guerreiras. Não somos muitas, mas somos fortes e unidas. Nos entendemos até com o olhar. Quando um dos nossos passa mal durante o procedimento, todas chegam juntas para dar força e dizer estamos aqui.

Ficamos felizes quando alguém recebe um rim e consegue ser liberado deste tratamento traumático. Ficamos tristes, quando um dos pacientes não aguenta e vai de encontro ao Pai.
Mas a nossa fé não é abalada, seguimos em frente com nossas orações.

As nossas orações são feitas pelo grupo unido e de mãos dadas. Lá ninguém desiste de ninguém. São quatro horas dos nossos queridos na máquina de hemodiálise. Mas eles sabem que estamos ali por eles.

Coisa bonita de se ver, só mulheres fortes e lutadoras, um grupo que a própria vida criou. Aconselho a cada um de vocês a conhecer a sala de espera da hemodiálise.

Tenho certeza de que depois dessa visita, cada um vai voltar dizendo: Não vou mais reclamar de nada, porque senti como é difícil estar nesta sala de hemodiálise.

Parabéns para todas nós que vivemos esse drama com coragem, determinação e fé!

O convite é para todos vocês verem uma realidade que a gente pensa que nunca vai acontecer… Eu também pensava assim!

(*) Lêda Lacerda – paulistana, estudou no Colégio Rio Branco e formou-se em enfermagem pela USP. Sempre se interessou por moda e nas horas vagas por escrever sobre experiências de vida. Anos mais tarde, ingressou profissionalmente no universo da moda, tendo também se dedicado à formação de modelos e atores. A paixão pela escrita permanece até hoje, hobby que usa para traduzir em letras a emoção e o amor que marcam seu cotidiano.

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