Bolsonaro abusa da vitimização ao criticar operação da PF que investiga “Abin paralela”

 
Confirmando matérias anteriores do UCHO.INFO, o ex-presidente Jair Bolsonaro, golpista de plantão, recorreu à vitimização para criticar a Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que investiga a “Abin paralela”, esquema ilegal de monitoramento de adversários políticos a partir da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência.

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro falou em “perseguição claríssima” e afirmou que nunca buscou informações “de quem quer que seja”. O ex-chefe do Executivo disse que também que Carlos Bolsonaro jamais pediria algo ilegal a Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e alvo da operação da PF.

“Eu gostaria de saber o que foi informado pelo Ramagem de volta. Obviamente, nos órgãos do governo, é comum as pessoas fazerem questionamentos. O que foi perguntado? Se é o andamento de um processo, não tem problema nenhum. Se é interferência, é outra questão. O que foi informado pelo delegado Ramagem? O que estava sendo investigado nesse processo, parece que é de 2020 essa mensagem? Que processo é esse? O que estava sendo investigado? Eu nunca busquei colher dados de quem quer que seja para me defender”, declarou.

Responsável pelo pior governo da história brasileira, Bolsonaro tem garantido o direito constitucional à livre manifestação do pensamento, mas essa frágil narrativa serve apenas para satisfazer a horda de apoiadores, que continua sonhando com um golpe de Estado.


 
A PF reuniu provas suficientes a respeito do escândalo, a ponto de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter autorizado a diligência policial contra Carlos Bolsonaro e alguns assessores.

É importante salientar que dois ex-assessores diretos de Bolsonaro, o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, que comandou a Secretaria de Governo, e Gustavo Bebianno, ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

No programa Roda Viva, da TV Cultura, Bebianno revelou, em março de 2020, que Carlos Bolsonaro pretendia criar uma “Abin paralela” para monitorar adversários. A ideia inicial do filho do então presidente era criar um sistema de inteligência à parte, com um delegado e três policiais federais.

Santos Cruz e Bebianno aconselharam Bolsonaro a não levar a ideia adiante, mas acabaram exonerados. Santos Cruz foi exonerado seis meses após assumir o cargo no Palácio do Planalto, em operação orquestrada por Carlos Bolsonaro. Ele se tornou um crítico do governo Bolsonaro.

Como sempre afirmamos, a Constituição Federal é clara ao definir que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, mas Jair Bolsonaro não tem como negar o que é de conhecimento de todos. Diante dos fatos, ao ex-presidente resta a vitimização rocambolesca a que recorre com enfadonha insistência.


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