Temendo a possibilidade de não se reeleger, prefeito de SP adota medidas para enganar o eleitor

 
A desfaçatez do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é nauseante. Sua incompetência como administrador da maior cidade brasileira é latente, algo facilmente constatado no estado de abandono em que se encontra a capital paulista.

Nunes, que chegou ao comando da Prefeitura de São Paulo após o falecimento de Bruno Covas, está de olho na reeleição. Ao perceber que o desafio eleitoral é maior do que imaginava, Ricardo Nunes iniciou processo de aproximação ao bolsonarismo. De chofre passou a bajular o governador Tarcísio de Freitas, o turista acidental, para, na sequência, se juntar a Jair Bolsonaro, o golpista fracassado que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O prefeito paulistano ainda não definiu quem será seu candidato a vice, mas o PL – partido de Valdemar Costa Neto, que dispensa maiores apresentações, e de Bolsonaro – sugeriu o nome de Ricardo de Mello Araújo, coronel da reserva da Polícia Militar, ex-comandante da Rota e que reza fielmente pela cartilha retrógrada do bolsonarismo. Nem mesmo um estreante na política aceitaria uma indicação desse naipe. Caso o nome de Araújo for confirmado, Nunes corre o risco de não passar ao segundo turno.

O apoio de Bolsonaro à candidatura de Ricardo Nunes é o que se pode chamar de “tiro no pé”. É importante lembrar que na corrida presidencial de 2022, Jair Bolsonaro perdeu para Lula na capital paulista nos dois turnos.

Da noite para o dia, como se gestão pública fosse passe de mágica, Ricardo Nunes resolveu recapear algumas das principais vias da cidade de São Paulo, deixando outras milhares de ruas e avenidas no atual estado de abandono. São tantas ondulações e buracos no asfalto, que as ruas da capital paulista só perdem para as da bombardeada Kandahar, cidade do Afeganistão.


 
Na atabalhoada construção da candidatura, Nunes acenou para os evangélicos ao suspender a realização de abortos legais nos hospitais municipais. A Justiça determinou o imediato restabelecimento do procedimento. Em flagrante ação criminosa, servidores da Prefeitura copiaram dados das mulheres que realizaram aborto com autorização da Justiça, já que há previsão legal para tanto. Em qualquer país sério, Nunes e seus bajuladores fundamentalistas estariam presos.

Preocupado com a possibilidade de perder votos para candidatos à esquerda, Nunes, que sentiu a migração de Marta Suplicy para a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL), convidou Aldo Rebelo para a vaga aberta com a saída da ex-prefeita. Rebelo assumirá a Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura em 5 de fevereiro.

Durante anos a fio, Rebelo, político competente que reúne qualidades, foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PcdoB), detalhe que pode ser um entrave para a candidatura de Ricardo Nunes. O novo secretário agora está no PDT, mas integrantes da cúpula da legenda dizem que logo mais ele deve se desfiliar. Por enquanto ele goza de licença partidária. A questão é uma só: o PDT apoia e integra o governo do presidente Lula, que já declarou apoio a Boulos. Além disso, outra ala de pedetistas não descarta a possibilidade de em breve Rebelo deixar a equipe de Nunes.

Apesar de todas essas movimentações, Ricardo Nunes continua buscando caminhos para enganar o eleitor paulistano. A mais nova investida do prefeito é contra a Enel Distribuição São Paulo, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na Grande SP. A Prefeitura ingressou com ação no Tribunal de Contas da União (TCU), na qual acusa a distribuidora de não cumprir com suas obrigações na prestação de serviços à população, especialmente em dias de tempestade.

O UCHO.INFO não tem procuração para defender a Enel, algo que jamais faria, já que a concessionária é ineficiente. No contraponto, vale salientar, a Prefeitura de SP, por meio do “Serviço de Manutenção de Árvores Consolidadas”, simplesmente ignora a necessidade de acompanhamento sistemático da arborização urbana. Centenas de árvores, com o interior corroído por cupins, tombaram durante as tempestades, derrubando a fiação elétrica. Somente nesta quarta-feira, último dia de janeiro, quando a cidade registrou fortes chuvas pontuais, ao menos 100 árvores caíram em São Paulo.

Ricardo Nunes é o que se conhece no universo político como “mais do mesmo”, ou seja, é um embusteiro com discurso modulado de acordo com os próprios interesses. A ação protocolada no TCU contra a Enel é mera cortina de fumaça para enganar o eleitor paulistano desavisado. Que ninguém caia na esparrela do prefeito!


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