Ameaças de Arthur Lira ao governo revelam o contorno da perigosa ditadura parlamentar em que vivemos

 
Desde a primeira edição, em 2001, até os dias de hoje, o UCHO.INFO sempre deu destaque à importância de o brasileiro se interessas pela política e seus atores. Infelizmente, a população não se interesse por informação com conteúdo didático e de qualidade.

Alguns anos depois da estreia do UCHO.INFO, adotamos o termo “banditismo político” para fazer referência ao modus operandi dos políticos eleitos sob o manto da democracia, mas que fazem do mandato uma criminosa moeda de troca, emparedando governantes com ameaças das mais diversas.

Recentemente, alertamos para a necessidade de os brasileiros se posicionarem contra uma ditadura parlamentar, que nos últimos tempos avançou de forma assustadora. O cenário é tão perigoso, que deputados e senadores, à sombra de falsos e pomposos discursos sobre democracia, decidem se um governo pode dar certo ou não, independentemente da corrente ideológica desse ou daquele governante.

Enquanto o futuro do País cambaleia à espera de decisões favoráveis, parlamentares de todos os matizes sentam-se ao balcão de negociações para, sem qualquer dose de constrangimento, extorquir o governo, que paga caro para ter aprovadas medidas de interesses da nação.


 
Nesta segunda-feira (5), na retomada dos trabalhos do Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ameaçou publicamente o governo e disse que o orçamento da União “pertence a todos, não apenas ao Executivo”.

Lira, cuja linhagem política explica seu modo de atuação, cobrou o cumprimento dos acordos firmados com o governo, ou seja, cargos e verbas à vontade, de preferência sem controle, sem contar as bilionárias emendas parlamentares, as emendas de relator e as chamadas emendas PIX, que impedem o rastreamento do dinheiro público.

O presidente da Câmara deveria fazer um curso rápido de interpretação de texto, pois a palavra “executivo” está diretamente relacionada a quem executa. No caso do Orçamento da União, quem executa é o Executivo, não o Legislativo.

Quando fala que o orçamento da União “pertence a todos”, Lira não está se referindo aos 214 milhões de brasileiros e brasileiras, mas ao grupelho que se especializou em avançar sobre os cofres do Estado, não importando quem esteja no comando do Executivo, nos últimos tempos transformado em refém. Escândalos envolvendo a Petrobras e os ministérios da Saúde e da Educação comprovam isso.

A saída seria a adoção de um regime parlamentarista de fato e de direito, mas, considerando a quantidade de corruptos que habitam o universo político nacional, o Brasil teria um novo governo a cada seis meses, já que o assalto ao Estado foi institucionalizado.


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