Primeiro-ministro de Israel rejeita proposta de cessar-fogo feita pelo Hamas

 
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta quarta-feira (7) uma proposta apresentada pelo grupo radical islâmico Hamas para implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O plano do Hamas, apresentado horas antes, previa uma trégua de quatro meses no conflito com Israel, que incluiria ainda a libertação de todos os reféns israelenses. Em contrapartida, Israel teria de retirar suas tropas do enclave palestino e aceitar negociar um acordo para o fim definitivo da guerra.

A proposta do grupo palestino veio em resposta a uma oferta enviada na última semana por representantes do Qatar e do Egito, países que têm atuado como mediadores no conflito iniciado após os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado.

A estratégia apresentada pelos diplomatas egípcios e qataris era considerada a mais ambiciosa desde o início da guerra. A versão final colocada pelo Hamas propunha que todos os reféns fossem libertados em troca de centenas de palestinos presos em Israel, incluindo alguns militantes de alta patente.

Após reunir-se nesta quarta-feira com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, que realiza nova viagem ao Oriente Médio na tentativa de assegurar um cessar-fogo, Netanyahu anunciou a rejeição de seu país ao plano proposto pelo Hamas.


 
Proposta é “delirante”, diz Netanyahu

“Estamos a caminho de uma vitória absoluta”, disse o premiê israelense, acrescentando que a operação militar no enclave deve durar meses, não anos. “Não há outra solução.”

Netanyahu classificou como “delirante” a proposta do Hamas e descartou futuros acordos que deixem o grupo extremista com o controle total ou parcial sobre a Faixa de Gaza. O premiê também afirmou que Israel é o único poder capaz de garantir a segurança de maneira duradoura na região.

“Nos rendermos às exigências delirantes do Hamas que ouvimos agora não apenas não levará à libertação dos reféns, como irá chamar mais um massacre”, disse o primeiro-ministro em uma coletiva de imprensa.

Pouco antes, Blinken havia dito que ainda era necessário muito trabalho para superar as diferenças entre Israel e o Hamas no que diz respeito a um futuro acordo de paz. Israel, Estados Unidos e a União Europeia, entre outros, classificam o Hamas como grupo terrorista.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que as exigências do Hamas eram “um pouco extremas”, mas assegurou que as negociações continuariam.

A guerra entre Israel e o Hamas já provocou a morte de mais de 27 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo radical. Bairros inteiros foram dizimados, com a grande maioria da população de 2,2 milhões de pessoas sendo forçada a deixar suas casas. Um quarto da população do enclave é assolada pela fome.

Marketing facinoroso

Investigado desde 2020 por corrupção, suborno, fraude e quebra de confiança, Netanyahu balançava no cargo antes do início do conflito com o Hamas, mas insiste em levar adiante o genocídio de inocentes palestinos para se manter no poder.

A declaração do primeiro-ministro israelense deixa evidente a intenção do seu governo de dizimar a população palestina não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Palestina e na Cisjordânia.

Se há algo delirante nesse cenário, por certo é a declaração de Netanyahu de que Israel é o único poder capaz de garantir a segurança de forma duradoura na região. Essa é uma visão míope do chanceler israelense, que ao custo de dezenas de milhares de mortes busca atender aos próprios interesses.

Resta saber até quando o Ocidente será omisso diante da tragédia humanitária que tem lugar na Faixa de Gaza. Se a intenção de Israel é segurança duradoura, Netanyahu deveria aceitar a criação de um Estado palestino, não tentar tomar à força e com violência o território que não pertence ao seu povo.

A exemplo do que destacamos em matéria anterior sobre o tema, Benjamin Netanyahu será apeado do poder tão logo termine o confronto com o Hamas. É importante lembrar que na região há outros países que são contrários a Israel e podem fazer com que a guerra se alastre.


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