Trump é condenado pela Justiça de Nova York a pagar multa de US$ 355 milhões por fraude empresarial

 
Ex-presidente dos Estados Unidos, o bufão Donald Trump foi condenado nesta sexta-feira (16) a pagar US$ 355 milhões (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual) por fraude financeira em Nova York.

O republicano, que pretende concorrer à Casa Branca novamente, também foi proibido de ter cargos de alto escalão no estado de Nova York, inclusive na sua própria empresa, pelo período três anos. De acordo com a Promotoria, o Trump inflou os valores de seus ativos para obter condições mais vantajosas em negociações com bancos e seguradoras.

“Para conseguir mais [dinheiro] emprestado e a taxas mais baixas, os réus submeteram dados financeiros descaradamente falsos para contadores, resultando em recibos financeiros fraudulentos”, afirmou o juiz Arthur Engoron na sentença, que também alcança dois filhos do empresário.

Em decisão anterior, o magistrado havia declarado Trump culpado por fraude e cancelado as licenças de operação de diversas das suas empresas. Ele terá de entregar à Justiça em trinta dias o valor estipulado na condenação ou um título de crédito equivalente, de acordo com o jornal “The New York Times”.

Liderada pela procuradora-geral Letitia James, filiada ao Partido Democrata, a acusação requereu ao juiz do caso multa no valor US$ 370 milhões (R$ 1,83 bilhão) e o banimento de Trump e seus filhos Donald Jr. e Eric de qualquer operação de negócios no estado de Nova York. No caso dos irmãos, o juiz decidiu por limitação de dois anos.

Adepto da vitimização e sempre na esteira de verborragia nauseante, Trump nega irregularidades e diz que é alvo de perseguição política. Para tanto ele destaca a filiação partidária da procuradora.


 
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Seus advogados argumentaram que as práticas adotadas por Trump em seus negócios são comuns no mercado, o que não é verdade, principalmente nos Estados Unidos. Afirmaram também que ficou comprovada a intenção de fraudar e que cabia aos bancos e às seguradoras fazerem diligências sobre os documentos apresentados pelo republicano.

No final de janeiro, Donald Trump escreveu em sua rede social (Truth, na verdade é uma catapulta de mentiras de extremistas) que seu real valor é “muito maior do que os números nos recibos financeiros mostram”. Afirmou que não incluiu nos bens apresentados a bancos e seguradoras seu ativo mais valioso, sua marca, e que todos os compromissos foram pagos integralmente, sem calotes. “Os bancos ganharam dinheiro, foram representados pelos melhores escritórios de advocacia e ficaram muito felizes”, postou.

Entre o que Donald Trump alega e o que diz a lei norte-americana há uma colossal distância. O fato de os compromissos financeiros terem sido honrados não ilide o crime de fraude, o que nos EUA é considerado crime grave.

A multa de US$ 355 milhões, estipulada na decisão judicial desta sexta-feira (16), se soma à indenização de US$ 83,3 milhões (R$ 412 milhões) à jornalista E. Jean Carroll por difamação, em sentença divulgada em janeiro. O empresário já afirmou que recorrerá da decisão.

A multa e a indenização acima citadas representam um duro golpe nas finanças de Trump, cuja fortuna está concentrada em propriedades e investimentos.

A agência Bloomberg estima que Trump tem aproximadamente US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões) em ativos líquidos, ou seja, montante que pode ser acessado em pouco tempo.

Durante audiência judicial em 2023, Trump afirmou ter US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) disponíveis. Considerando como verdadeira a declaração do ex-presidente sobre o montante disponível, serão necessários mais US$ 38 milhões para pagar a multa e a indenização.


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