Caso participe do ato convocado por Bolsonaro, embaixador israelense no Brasil poderá ser expulso

 
O imbróglio diplomático que contrapõe Brasil e Israel pode ter uma escalada nos próximos dias, a depender da postura do embaixador israelense em Brasília. Daniel Zonshine foi convidado a participar do ato convocado para o próximo domingo (25), na Avenida Paulista, em São Paulo, ocasião em que Jair Bolsonaro tentará se defender das acusações de liderar um plano de golpe de Estado.

O convite a Zonshine partiu de Fabio Wajngarten, que serviu a Bolsonaro durante o pior governo da história nacional e agora atua como advogado e “papagaio de pirata” do golpista fracassado.

O embaixador de Israel negou que participará do evento, que poderá contar com a presença de parte da comunidade judaica em São Paulo, cuja eventual participação decorre da declaração do presidente Lula, que comparou o genocídio na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Como escreveu o editor do UCHO.INFO em artigo publicado nas primeiras horas desta quarta-feira (21), Israel quer exclusividade como vítima de genocídio, estratégia que visa jogar uma cortina de fumaça sobre a barbárie cometida contra os palestinos.

O evento do próximo domingo foi convocado pelo pastor bolsonarista Silas Malafaia com o objetivo de esparramar falsas justificativas no campo da tentativa de golpe, algo robusta e devidamente comprovado no âmbito da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal.


 
Daniel Zonshine sabe que sua eventual participação no ato dará ao evento contornos explícitos de ataque ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarado “persona non grata” por Israel e alvo da diplomacia de bataclã do governo de Tel Aviv.

Ademais, a simples presença de Zonshine ao lado do golpista e mercador de joias e relógios de luxo poderá resultar na sua expulsão do País, já que o diplomata israelense está sob o monitoramento do Palácio do Planalto, intensificado depois das declarações torpes do ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz.

Não causa estranheza o convite feito por Wajngarten ao embaixador israelense, pois Bolsonaro quer recuperar terreno político e por isso tenta valer-se do genocídio na Faixa de Gaza para alcançar seus objetivos nada republicanos.

Caso aproveite a presença da comunidade judaica no ato para explorar a crise diplomática entre ambos os países, Jair Bolsonaro agregará ao seu questionável currículo a defesa do genocídio. Não causa espanto em se tratando de alguém que já homenageou Carlos Alberto Brilhante Ustra, o torturador-geral da ditadura militar. Vade retro!


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