Ministra israelense diz estar orgulhosa das ruínas em Gaza e derruba vitimismo do governo de Netanyahu

 
Israel Katz, ministro de Relações Exteriores de Israel, tem recorrido à diplomacia de baixo nível para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em entrevista concedida no último final de semana, na Etiópia, comparou o genocídio na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Em discussão não está nos números de vítimas de ambos os lados – 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas e mais de 30 mil palestinos mortos até agora por Israel –, mas o modo facinoroso adotado por Adolf Hitler e Benjamin Netanyahu. O que aconteceu na Alemanha nazista foi genocídio. O que acontece na Faixa de Gaza é genocídio. Os dicionários trazem o seguinte significado da palavra genocídio: “extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.”

Como afirmou o editor do UCHO.INFO em artigo publicado nas primeiras horas de quarta-feira (21), os israelenses tentam fazer da condição de vítima uma exclusividade, usando o hipotético cenário como justificativa para as barbáries cometidas em Gaza.

Netanyahu e seus assessores podem espernear à vontade, pois o genocídio praticado contra os palestinos tornou-se uma política de governo e de Estado. Prova disso é a fala da ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino de Israel, May Golan, que em discurso no Knesset, o Parlamento israelense, disse estar “orgulhosa” da destruição deixada na Faixa de Gaza, desejando que cada criança possa contar a seus netos “o que fizeram os judeus” contra o grupo extremista Hamas.

“Estou pessoalmente orgulhosa das ruínas em Gaza. Que daqui a 80 anos todos os bebês possam contar aos seus netos o que os judeus fizeram quando assassinaram suas famílias, os estupraram e sequestraram seus cidadãos!”.


 
May Golan aproveitou o discurso criminoso da última segunda-feira (19) para defender a expulsão do parlamentar Ofer Kasif, que demonstrou solidariedade aos palestinos e se opôs ao massacre na Faixa de Gaza. Kasif é o único judeu do partido Hadash — o restante dos membros é árabe.

A ministra também dedicou parte de seu discurso aos parlamentares que, segundo ela, “escolheram fugir como porcos” do plenário para não fazerem parte de uma causa política, democrática e, “acima de tudo, sionista”, ou seja, que defende a existência de um Estado nacional judaico independente e soberano.

Em dezembro passado, Golan disse não se importar com a Faixa de Gaza e os palestinos que vivem no enclave. “Por mim, eles podem ir nadar no mar. Quero ver corpos de terroristas mortos em Gaza. É isso que eu quero ver”, afirmou, em entrevista ao Middle East Monitor.

As declarações torpes de May Golan comprovam, sem margem para dúvidas, que o Estado de Israel é deliberadamente criminoso, não sem antes conformar que o genocídio em Gaza é uma política de governo.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que antes do massacre balançava no cargo por causa de processos judiciais em que é acusado de corrupção, suborno e abuso de poder, viu ruir o discurso mentiroso e visguento que defende a o genocídio em Gaza como forma de garantir segurança aos israelenses.

Considerando que May Golan quer ver os corpos dos radicais do Hamas mortos por Israel, que sugira ao governo do qual participa que foque as ações militares e poupe os civis palestinos. Quando mais de 30 mil pessoas inocentes, em sua extensa maioria crianças, mulheres e idosos, são covardemente assassinadas, não há outra palavra para classificar tal barbárie, que não genocídio. O mundo assiste calado a uma matança indiscriminada, um novo Holocausto.


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