Imposto com alíquota de até 5% para super-ricos do G20 acabaria com a fome global, afirma a Oxfam

 
Um estudo publicado pela Oxfam Brasil estima que um imposto com alíquota de até 5% sobre os mais ricos nos países do G20 poderia arrecadar cerca de US$ 1,5 trilhão por ano, quantia que a ONG diz ser suficiente para acabar com a fome ao redor do planeta e adaptar as nações em desenvolvimento à crise climática.

“Um sistema justo de impostos poderia frear as desigualdades e promover sociedades mais saudáveis e inclusivas”, afirmou Katia Maia, diretora da Oxfam Brasil.

“Impostos mais altos para os super-ricos criariam as condições para investir nas famílias, proteger o clima e oferecer importantes serviços públicos, como educação e saúde, para todos”, acrescentou.

As ideias estão alinhadas com a proposta que o Brasil deve apresentar na reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, em 28 e 29 de fevereiro, em São Paulo, para aumentar a tributação contra os chamados “super-ricos”.

Pesquisa recente, segundo a Oxfam, mostrou que 75% dos milionários do G20 apoiam maior taxação e mais da metade considera que a riqueza extrema seja uma “ameaça à democracia”.

Ademais, a ONG aponta que, em países como Brasil, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido, os super-ricos pagam alíquota de imposto de renda menor que o trabalhador médio.

Crise climática x Produção de alimentos

É importante salientar que a crise climática, que se aproxima de um ponto de não retorno, comprometerá seriamente a produção de alimentos, impulsionando a fome e a miséria. Não se pode fechar os olhos para uma realidade que se aproxima de forma perigosa.

Nesta terça-feira (27), a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, alertou que as mudanças climáticas podem impactar a capacidade do Brasil de produzir alimentos.

“Nós acabamos de identificar, por estudos científicos, áreas de deserto já no Brasil. Expansão da área de baixa umidade em várias regiões do nosso país. Ou seja, para o Brasil continuar ajudando na segurança alimentar do planeta, nós vamos precisar fazer o dever de casa em relação ao clima”, disse a ministra durante evento organizado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), parte da programação paralela ao encontro do G20.

Marina Silva participou de uma mesa com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.

A falta de alimentos, de acordo com Marina, pode desregular a economia global e gerar instabilidades geopolíticas. “Nós temos também outro problema, que é a questão do risco de uma inflação global que pode ser causada também por insegurança alimentar em função da mudança climática. Geralmente, se faz a associação, muito rapidamente, entre risco de inflação e risco de instabilidade econômica, geopolítica, associado à energia. Mas vamos pensar também que esse risco talvez seja até maior em relação à segurança alimentar”, enfatizou.


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