Cenário belicoso criado pela oposição golpista é fruto dos erros pretéritos do PT e seus aliados

 
A eleição dos presidentes das comissões permanentes da Câmara dos Deputados representou uma derrota para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas é necessário que o Partido dos Trabalhadores, em especial, reconheça que a fase atual é fruto dos muitos erros petistas cometidos no passado.

Bolsonaristas de primeira hora, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) comandam, desde a noite de quarta-feira (6), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de Educação, respectivamente. Em matérias anteriores afirmamos ser um escárnio a escolha dos dois parlamentares para a presidência de tão importantes comissões, pois o PL e as teses que defendem atentam contra a democracia.

A grande imprensa, com seus analistas, tenta explicar o revés imposto ao Palácio do Planalto, algo esperado se considerado o conteúdo do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que dá à maior bancada parlamentar o direito de escolher as comissões que pretende comandar. Regras à parte, o escárnio continua, pois os brasileiros por pouco não presenciaram um golpe de Estado. Em suma, uma legenda que abriga golpistas e criminosos decidirá o futuro do País.

Por outro lado, o PT deveria recorrer a doses rasas de humildade para admitir que Jair Bolsonaro, o golpista fracassado, só chegou ao poder central na esteira dos escândalos de corrupção protagonizados pelo partido e seus aliados de então – leia-se Mensalão e Petrolão.

É notório que deputados federais representam o povo somente no período eleitoral, pois em seguida retomam o banditismo político e passam a cuidar dos próprios interesses, mas não se pode cruzar os braços diante de uma sequência de absurdos. Por essa razão insistimos em afirmar que é de suma importância que os brasileiros se interessem pela política, como forma de evitar uma ditadura parlamentar que cresce no pântano do caos generalizado.

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Em 2018, dois anos após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, apeada do cargo por não atender às exigências de Eduardo Cunha (à época presidente da Câmara) e seus sequazes, a extrema direita abriu a porta do armário e se apresentou como a derradeira tábua de salvação em termos políticos. Alertamos para o perigo de se eleger um golpista convicto, mas os brasileiros, inebriados com promessas absurdas, decidiram apostar no escuro. O resultado todos conhecem.

A polarização política tende a continuar por muito tempo porque a esquerda parou no tempo e precisa se reinventar com urgência. De nada adianta a esquerda brasileira persistir na atuação política que remonta aos tempos dos sindicatos e da luta armada. Esse modelo existencial da esquerda acabou por criar um ranço no eleitorado, que passou a defender a supressão da liberdade e dos direitos como o melhor dos caminhos.

Quando Lula estava preso, por conta de decisão absurda e irresponsável do outrora juiz Sérgio Moro, o UCHO.INFO afirmou que o PT, que tem bons nomes em seus quadros, precisava de urgente oxigenação.

Destacamos que o desafio da renovação, que ainda persiste, poderia ser superado com alguém respeitado na presidência da legenda. Não basta ser respeitado nos intramuros da esquerda, mas no ambiente político como um todo. À época citamos o nome de Jaques Wagner, senador pela Bahia e dono de reconhecida habilidade política, mas Lula preferiu outra solução. A conta chegou e a oposição está disposta a atormentar o governo ao máximo para talvez voltar ao Palácio do Planalto. Preparem-se, brasileiras e brasileiros!


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