O ex-jogador de futebol Daniel Alves deixou nesta segunda-feira (25) a prisão em Barcelona, em regime de liberdade provisória, após pagar fiança no valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões).
Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estuprar uma jovem em boate de Barcelona em dezembro de 2022.
O jogador deixou a pé o centro penitenciário Brians 2, onde estava preso desde 20 de janeiro de 2023, acompanhado de sua advogada, Inés Guardiola, até um carro que os aguardava no estacionamento, em meio a grande expectativa midiática.
A 21ª seção do Tribunal de Apelação de Barcelona concordou na última quarta-feira, com o voto dissidente de um dos três magistrados, em permitir que o ex-jogador de futebol deixasse a prisão se pagasse uma fiança de um milhão de euros, para aguardar em liberdade o julgamento de recursos contra a sentença que o condenou.
A Justiça espanhola determinou que, para que o ex-jogador pudesse entrar em liberdade condicional, além da fiança, ele deveria entregar seus dois passaportes, brasileiro e espanhol, para que não possa deixar o país. Ele também deve comparecer ao tribunal semanalmente.
Além disso, Daniel Alves é obrigado a manter uma distância de pelo menos um quilômetro da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela, que também vive na capital catalã. Ele também está proibido de tentar estabelecer contato com a denunciante.
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Recurso contra libertação
Por sua vez, a Promotoria Provincial de Barcelona apresentou um recurso contra a libertação de Alves sob fiança – medida similar também foi anunciada pela defesa da vítima –, argumentando que ainda se mantêm os motivos pelos quais a prisão provisória do jogador de futebol brasileiro foi adotada há um ano.
O Ministério Público afirmou na última sexta-feira que considera que o risco de fuga do jogador de futebol é “ainda mais intenso tendo em vista o fato de que o sr. Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão como autor de um crime de agressão sexual”.
Alves conseguiu a quantia depois de quase uma semana. Inicialmente, ele recorreu à família de seu ex-companheiro de equipe no Barcelona, o também jogador Neymar Jr., que na época do crime se gabou publicamente de tê-lo ajudado a pagar a fiança de 150 mil euros (R$ 800 mil) como indenização à vítima, o que contribuiu para a redução da pena. Contudo, na última semana, o pai de Neymar divulgou comunicado informando que não arcaria com os custos.
“Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para minha família, o assunto terminou”, afirmou o pai de Neymar.
Como afirmamos em matéria anterior, a decisão de não ajudar financeiramente Daniel Alves decorreu do impacto negativo na imagem de Neymar Jr., que tem milionários contratos de publicidade. Para preservar a imagem de Neymar, a solução foi a divulgação de um comunicado negando a ajuda financeira. Isso não significa que o dinheiro tenha deixado de chegar a Daniel Alves, que por questões judiciais está com os bens e recursos financeiros bloqueados.
Durante todo o julgamento, a defesa do ex-atleta argumentou que a solvência financeira do jogador se esvaiu após sua prisão, pois seu contrato com o clube mexicano Pumas, onde jogava, foi rescindido, assim como os acordos de patrocínio com várias marcas que ele representava. (Com agências internacionais)
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