Irã lança ataque contra Israel

 
O Irã lançou um ataque direto contra Israel no fim da tarde deste sábado (13), segundo fontes militares israelenses e americanas. De acordo com as fontes, o ataque iraniano consiste em dezenas de drones militares que foram lançados em direção a Israel – eles devem se aproximar do país por volta das 2h de domingo do horário local (18h de Brasília). O Irã fica a mais de 1.700 km de Israel.

Já a Guarda Revolucionária do Irã informou que também lançou mísseis (mais velozes que drones) contra Israel, mas a informação não foi confirmada pelos militares israelenses.

Autoridades do tráfego aéreo israelense anunciaram o fechamento do espaço aéreo por volta da 00h30 do horário local (18h30 de Brasília), com o cancelamento de todos os voos.

Fontes militares do Iraque, país que fica na rota entre o Irã e Israel, confirmaram que observaram os drones, segundo a agência Reuters.

O país anunciou o fechamento temporário do seu espaço aéreo e a interrupção do tráfego. Mais cedo, a Jordânia também havia comunicado a adoção da mesma medida, citando falhas nos serviços de GPS.

O presidente americano Joe Biden, que estava em Delaware, pegou ainda na tarde deste sábado um helicóptero até a Casa Branca. O governo dos EUA tem tentado evitar um transbordamento do conflito entre Israel e o grupo islamista Hamas.

O ataque ocorre após semanas de crescente tensão entre Israel e o Irã. Neste sábado, Israel seguia em alerta devido a ameaças de represália de Teerã na esteira de um bombardeio israelense ao complexo da embaixada iraniana em Damasco, Síria, no início do mês.

Ataque é resposta a ataque em Damasco

A Guarda Revolucionária do Irã divulgou uma declaração na noite deste sábado confirmando o lançamento do ataque, apontando que a ação é uma “reposta” ao bombardeio israelense ao complexo diplomático iraniano na Síria.

“Lançamos uma operação usando drones e mísseis em resposta ao crime da entidade sionista de atacar o consulado iraniano na Síria. A operação foi realizada com dezenas de mísseis e drones para atingir alvos específicos nos territórios ocupados”, diz a declaração dos militares iranianos.

Na quarta-feira (10), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel “deve e será punido” pelo ataque na Síria. “Quando o regime sionista ataca um consulado iraniano na Síria, é como se tivesse atacado o solo iraniano. Esse regime malicioso tomou uma decisão errada. Deve ser punido e será punido”, disse Khamenei. Neste sábado, a conta do líder iraniano no Twitter publicou um vídeo com as mesmas declarações proferidas na quarta.

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Israel se preparava

Neste sábado, Israel determinou a suspensão das aulas em todas as escolas do país. Países como Alemanha, França e Reino Unido pediram que seus cidadãos evitassem viajar para Israel. Já a Alemanha instou seus cidadãos a também deixarem o Irã.

Mais cedo neste sábado, um navio porta-contêineres ligado a Israel foi apreendido por forças do Irã após um ataque por helicóptero próximo ao estreito de Hormuz.

Netanyahu: “Estamos prontos para qualquer cenário”

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou uma declaração na noite de sábado, em meio ao lançamento de drones pelo Irã em direção a Israel.

“Nos últimos anos, e especialmente nas últimas semanas, Israel tem se preparado para um ataque direto do Irã. Nossos sistemas defensivos estão instalados; estamos prontos para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo. O Estado de Israel é forte. As Forças de Defesa de Israel são fortes. A população é forte. Apreciamos o fato de os EUA estarem ao lado de Israel, bem como o apoio do Reino Unido, da França e de muitos outros países.”

“Determinamos um princípio claro: quem quer que nos prejudique, nós o prejudicaremos. Nós nos defenderemos de qualquer ameaça e o faremos com cabeça erguida e determinação. Cidadãos de Israel, sei que vocês também são sensatos. Eu os convido a seguir as diretrizes do Comando da Frente Interna das FDI. Juntos nos manteremos firmes e, com a ajuda de Deus, juntos venceremos todos os nossos inimigos.”


 
A última vez que Israel enfrentou um ataque aéreo diretamente organizado pelo governo de outro país – não considerando grupos como Hamas e Hezbollah – ocorreu em 1991, quando o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou o lançamento de mais de quatro dezenas de mísseis Scud, de fabricação soviética, contra Tel Aviv e Haifa.

Atualmente, Israel conta com uma série de camadas em sua defesa aérea, capazes de interceptar desde foguetes até mísseis de longo alcance.

Porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari disse que o sistema de defesa aérea é “excelente “, mas não é 100% efetivo. Ele orientou a população a seguir as instruções de segurança.

Ataque a embaixada síria em Damasco

As tensões entre o Irã e Israel remontam a décadas e são particularmente alimentadas pelo apoio do regime fundamentalista de Teerã a grupos islâmicos que se opõem aos israelenses, como o Hezbollah e o Hamas, com o qual Tel Aviv vem travando uma guerra em Gaza. Teerã nega o direito de Israel de existir e ameaça regularmente o que chama de “regime sionista” com a aniquilação

Mas as tensões sofreram uma nova escalada no início do mês, quando os israelenses atacaram um complexo diplomático iraniano na Síria, deixando 16 mortos, incluindo dois altos comandantes da Guarda Revolucionária iraniana. Desde então, líderes do regime iraniano vinham ameaçando lançar uma retaliação.

Na sexta-feira, o governo americano também alertou para a possibilidade de o Irã lançar um ataque contra alvos israelenses. Na ocasião, o presidente americano, Joe Biden, disse que esperava que o ataque acontecesse “mais cedo do que se espera” e instou os iranianos a frearem qualquer iniciativa hostil.

“Estamos dedicados à defesa de Israel. Apoiaremos Israel. Ajudaremos a defender Israel, e o Irã não terá sucesso”, disse Biden. (Com agências internacionais)


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