Irã versus Israel

    (*) Gisele Leite

    Em comunicado oficial, o Irã afirmou que o ataque foi nomeado “Operação Promessa Verdadeira” e disse que lançou “dezenas de mísseis e drones contra alvos específicos” em Israel.

    A declaração militar do Irã diz que o ataque está relacionado a “crimes repetidos” de Israel, incluindo o ataque em 1º de abril ao consulado iraniano em Damasco, que Teerã atribuiu a Israel.

    Por causa dos ataques, os espaços aéreos foram fechados em todo o Oriente Médio. A Jordânia, o Líbano e o Iraque, três países localizados na provável trajetória de voo destes drones, fecharam o seu espaço aéreo. O Irã e Israel também fecharam os seus para todos, exceto aeronaves militares.

    Entre os inúmeros desdobramentos da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa Gaza, a intensificação da inimizade entre Israel e o Irã é considerada a mais explosiva.

    O Irã então apreendeu um navio comercial com ligações a Israel na manhã de sábado (em 13/4), mas analistas já afirmavam que era pouco provável que Teerã considerasse esta uma “resposta apropriada” aos últimos atos de Israel.

    O motivo da guerra contra Israel, juntamente aos seus aliados ocidentais que acusam o Irã de estar por trás dos ataques com drones e foguetes sofridos por seu território, bem como de ter realizado vários ataques cibernéticos. Outro motivo de confronto foi a guerra civil desencadeada na Síria a partir de 2011.

    Deve-se lembrar que Israel e Irã há anos cultivam uma rivalidade sangrenta e que sempre representou uma das principais rivalidades no Oriente Médico e que se intensificou por causa do momento geopolítico.

    Israel e Irã estão há anos em uma rivalidade sangrenta que virou uma das principais fontes de instabilidade no Oriente Médio e cuja intensidade varia de acordo com o momento geopolítico. A rivalidade entre os ‘arqui-inimigos’ já fez muitos mortos, muitas vezes em ações secretas em que nenhum dos governos admite sua responsabilidade.

    A escalada bélica no Oriente Médio teve um grande desenvolvimento com um ataque de drones lançado pelo Irã contra Israel.

    Forças de Defesa de Israel anunciaram no sábado (13/4) que o ataque estava em curso e disseram que as forças israelenses estavam em alerta máximo e “monitorando todos os alvos”.

    Além disso, o Exército suspendeu todas as dispensas de soldados, e os serviços de GPS foram bloqueados para atrapalhar a navegação de drones e mísseis intrusos.

    Esse é o mais recente episódio de uma inimizade já antiga. Para Teerã, Israel não tem o direito de existir. Os governantes iranianos consideram o país o “pequeno Satanás”, o aliado no Oriente Médio dos Estados Unidos, que chamam de “grande Satanás”, e querem que ambos desapareçam da região.

    As relações entre Israel e o Irã foram bastante cordiais até 1979, quando a chamada Revolução Islâmica dos aiatolás conquistou o poder em Teerã.

    Embora tenha se oposto ao plano de fatiamento da Palestina que resultou na criação do Estado de Israel em 1948, o Irã foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel, depois do Egito.

    O Irã era uma monarquia na qual reinavam os xás da dinastia Pahlavi e um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. Assim, o fundador de Israel e seu primeiro chefe de governo, David Ben-Gurion, procurou e conseguiu a amizade iraniana como forma de combater a rejeição do novo Estado judeu por parte de seus vizinhos árabes.

    A guerra é uma temeridade pelo número de vítimas que pode fazer e nas consequências desastrosas que pode produzir.

    (*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

    As informações e opiniões contidas no texto são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo obrigatoriamente o pensamento e a linha editorial deste site de notícias.


    Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.