Boletim Brasil em Paris – VIII

 
Judô feminino (78 kg+)

O esporte brasileiro conquistou a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024, com a vitória da judoca Beatriz Souza (ao centro na foto)sobre a israelense Raz Hershko na final da categoria +78kg feminino.

A vitória colocou o Brasil na 18ª posição no quadro geral, com uma medalha de ouro, três de prata e três de bronze.

Atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, Beatriz Rodrigues de Souza tem 26 anos e ocupa a quinta posição no ranking mundial da categoria +78kg feminino. A judoca é de Peruíbe, município do litoral de São Paulo. Com 1m78 e 135 kg, ela carrega, em seu histórico, duas medalhas de prata e quatro de bronze em campeonatos mundiais.

Conquistou também prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, no torneio por equipes mistas; e duas de bronze no individual, em Lima (2019) e Santiago (2023).

A campanha de Beatriz Souza até o ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024 inclui quatro vitórias, das quais três sobre medalhistas. Nas oitavas, venceu por ippon (harai-goshi) Izayana Marenco, da Nicarágua.

Nas quartas, obteve vitória por waza-ari (sumi-otoshi) diante de Kim Hayun, da República da Coreia. A semifinal foi contra a francesa Romane Dicko.

Boxe feminino (até 57 kg)

Mais uma atleta do Brasil se classificou para as quartas de final do boxe. Na luta de estreia da categoria peso-pena (até 57 kg) para mulheres, Jucielen Cerqueira Romeu (à esquerda na foto) derrotou a norte-americana Alyssa Mendoza por decisão dos juízes. A luta das quartas de final será contra a turca Esra Yildiz Kahraman, no domingo (4), às 6h16 (horário de Brasília). Se vencer, Jucielen garante a vaga na semifinal e, no mínimo, a medalha de bronze. Isso porque no boxe não há disputa pelo terceiro lugar.

A luta foi equilibrada. No primeiro round, dos cinco juízes, três deram vitória à brasileira. O segundo round seguiu com igualdade, mas a norte-americana conseguiu encaixar mais golpes. A brasileira ainda tentou uma reação. Mas dessa vez, três juízes deram vitória à Alyssa. O duelo seria definido no terceiro round, mas o equilíbrio continuou no ringue. No fim Jucielen venceu por pontos com 4-1, na decisão da arbitragem.

“Todo mundo viu que foi uma luta, ela buscou desde o primeiro round. São lutas difíceis que estão acontecendo aqui. Todo mundo se prepara ao máximo pra chegar nesse momento e dar o seu máximo ali em cima, pra não faltar nada. Mas graças a Deus eu estou muito bem treinada, muito focada, ouvi muito bem meus técnicos”, disse a boxeadora em depoimento à Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe).

Vela

O sonho do tricampeonato olímpico na vela para dupla Martine Grael e Kahena Kunze foi ficando cada vez mais distante ao longo das competições da classe 49er FX. No fim das disputas, as brasileiras terminaram na oitava colocação no geral. Esta é a primeira vez que elas ficam de fora do pódio em Jogos Olímpicos.

Nesta sexta-feira (2), o barco do Brasil foi um dos 10 que participaram da corrida da medalha, a ”medal race”, a regata final que define os medalhistas na vela. Mas, por conta das atuações irregulares nas regatas anteriores, mesmo que vencesse a ”medal race”, a dupla já não tinha chances de alcançar o pódio. Martine e Kahena até tiveram um bom desempenho, terminando a regata em quinto lugar, e terminaram a competição com 112 pontos perdidos.

Martine Grael e Kahena Kunze competem juntas desde 2013 e formam uma das parcerias de maior sucesso na história da classe 49er FX da vela. Elas conquistaram o bicampeonato olímpico nas edições do Rio (2016) e de Tóquio (2021). Além disso, elas colecionam um ouro (2014) e outras cinco medalhas na classe 49er FX em campeonatos mundiais.

Salto em altura

O Brasil abriu o primeiro dia de competições do atletismo no Stade de France com a classificação da paranaense Valdiléia Martins (à direita na foto) à final do salto em altura nos Jogos de Paris. Nesta sexta-feira (2), a brasileira ultrapassou o sarrafo com a marca de 1,92 metro de altura, diante do estádio lotado. Valdiléia garantiu a 11ª colocação entre as 12 que avançaram à final, de um total de 32 competidoras. No entanto, a participação dela ainda é incerta na decisão por medalhas no domingo (4), a partir das 14h55 (horário de Brasília).

“Eu estava treinando super bem. Antes de eu viajar para cá na segunda-feira, eu fiz um treino e quebrei o recorde em treinamento, saltei 1,93 m, então eu estava realmente pronta para o resultado. Era acreditar no meu potencial e não ficar nervosa por ser uma competição tão grande, com público muito grande. Isso poderia interferir no resultado, mas eu entrei na prova com a cabeça muito boa, eu estou muito bem mentalmente este ano. Então, se não passei de primeira, passava de segunda. No 1,95 m, coloquei um pouco mais de força do que deveria e acabei torcendo o meu pé. Mas eu estou supercontente com o resultado, é o resultado que eu imaginava, foi tudo como o planejado”, detalhou Valdiléia, em depoimento à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Tênis de mesa

O brasileiro Hugo Calderano perdeu, por 4 a 2, a semifinal do tênis de mesa nos Jogos Olímpicos Paris 2024, para o sueco Truls Moregard. Com a derrota, o mesatenista brasileiro, sexto no ranking da modalidade, disputará a medalha de bronze contra o francês Félix Nebrum no próximo domingo (4).

As duas primeiras parciais da partida foram vencidas pelo sueco. A primeira, por 12 a 10 após o brasileiro abrir uma vantagem de 10 a 4 e desperdiçar seis game points (pontos do jogo). O segundo set foi vencido por 16 a 4, possibilitando a Moregard abrir uma vantagem de 2 a 0.

O brasileiro então se recupera, vencendo o terceiro set por 11 a 7, mesmo placar obtido pelo sueco no quarto set. Calderano venceu o quinto set por 12 a 10, mas perdeu os dois últimos sets por 12 a 10 e 11 a 8.

Ao final da partida, Calderano lamentou não ter aproveitado as chances que teve. Ele elogiou o alto nível do adversário e disse ter sentido dificuldades para sair do estilo de jogo imposto por Moregard.

“Busquei soluções variando o jogo, procurando ser mais agressivo e colocando mais efeito, mas ele se adaptou. Foi uma vitória merecida. Mérito dele”, disse o brasileiro à Sportv. “Agora é assimilar a derrota para voltar com a cabeça bem agressiva e disputar o bronze. Será difícil porque o Félix joga em altíssimo nível e em casa”, acrescentou.

Vôlei masculino

Após duas derrotas nas duas primeiras partidas em Paris, a seleção masculina de vôlei fez o dever de casa e derrotou o Egito por 3 sets a 0 (parciais de 25/11, 25/13 e 25/16). A vitória manteve o Brasil vivo na luta pelo tetracampeonato olímpico.

O resultado manteve o Brasil na terceira posição da Chave B, com seis pontos, e garantiu a classificação matemática às quartas de final como um dos melhores terceiros colocados da competição. Resta saber se os brasileiros avançam na sétima ou oitava colocação geral.

A posição altera o cruzamento na próxima etapa: quem ficar em oitavo lugar vai enfrentar o melhor time da fase de grupos. A definição dos confrontos se dará no sábado (3), após as últimas partidas da primeira etapa.

Basquete masculino

Vencer ou ser eliminado. O dilema na última rodada da fase de grupos do basquete masculino valia tanto para Brasil, quanto para o Japão, que jogaram manhã desta sexta-feira (2) no Estádio Pierre Mauroy. As duas equipes acumulavam duas derrotas e fizeram um confronto direto pela sobrevivência no torneio. Os brasileiros levaram a melhor por 102 a 84.

Agora é preciso esperar para a definição dos classificados à próxima fase. Com uma vitória e duas derrotas, o Brasil é o atual terceiro colocado no grupo B, com 4 pontos e saldo de cestas de -7. Líderes na chave, França e Alemanha já estão garantidas nas quartas de final e o Japão foi eliminado.

Os brasileiros têm chances de avançar como um dos melhores terceiros colocados. Para isso, precisam torcer para que a Sérvia vença o Sudão do Sul por uma diferença mínima de dois pontos. A partida, válida pelo Grupo C, ocorrerá no sábado (3), às 16h (horário de Brasília).

A seleção comandada pelo técnico Aleksandar Petrovic fez um jogo consistente. Liderou o placar por quase toda a partida e soube frear as tentativas japonesas.


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