Morre no Rio de Janeiro, aos 73 anos, Washington Olivetto, um dos gênios da publicidade

Dono de criatividade invejável e reconhecido pela revista “Advertising Age” como um dos cem maiores publicitários de todos os tempos, Washington Olivetto morreu neste domingo (13), aos 73 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Hospital Copa Star, que não divulgou a causa da morte.

“O Hospital Copa Star lamenta a morte do paciente Washington Olivetto na tarde deste domingo (13) e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, informou a unidade em nota.

Há meses. Olivetto foi internado hospital para tratar problemas pulmonares, mas não resistiu ao tratamento e morreu por volta das 17h15 deste domingo. Ele deixa a esposa e três filhos – Homero, Antônia e Theo.

Descendente de italianos, o paulistano Washington Olivetto nasceu em setembro de 1951 no bairro da Lapa, onde foi criado pela mãe, uma dona de casa, e o pai, vendedor de tintas.

Em 1968, iniciou o curso de Publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). No ano seguinte, estreou no universo da publicidade como reator de uma pequena agência. Mais tarde, Olivetto revelou: “O primeiro comercial que eu escrevi, aos 19 anos, ganhou um prêmio em Cannes, um Leão de Bronze. Aí, eu fiquei conhecido e fui parar na DPZ, que era a grande agência, a grande escola”. Em 1970, foi contratado pela DPZ, agência fundada dois anos antes por Roberto Duailibi, Francesc Petit, José Zaragoza e Ronald Persichetti.

Entre suas grandes e inesquecíveis criações, merecem destaque o “Garoto Bombril”, a campanha do primeiro sutiã (Valisère), que tinha como mote “O primeiro sutiã a gente não esquece”, “Hitler” (Folha de S.Paulo), Baixinho da Kaiser e o cachorro da Cofap (amortecedores).

Ao longo de uma carreira marcada pelo sucesso, Olivetto recebeu diversos prêmios e homenagens, desde títulos em universidades a menções em músicas, como “Alô, Alô W/Brasil” citado por Jorge Ben Jor. Ao deixar a DPZ, o publicitário criou a própria agência, a W/Brasil.

Em 2017, mudou-se para Londres, mas vinha ao Brasil constantemente para participar de palestras.

O reconhecimento e a fama também teve lado negativo. Em 2001, Olivetto foi sequestrado perto de sua casa, em Higienópolis, na região central de São Paulo, por um grupo de chilenos e argentinos, que planejaram a ação ao longo de dez meses. Somente após 53 dias, Olivetto se viu livre do cativeiro, sem que o resgate de R$ 10 milhões fosse pago.

Paixão pelo Corinthians

Ilustre torcedor do Corinthians, paixão que rendia conversas quase intermináveis. Vice-presidente de marketing do Corinthians no início da década de 1980, Olivetto foi o criador do slogan “Democracia Corinthiana”, movimento político dentro do Timão que promoveu mudanças estruturais na administração e no cotidiano dos jogadores. Liderado pelos atacantes Sócrates e Casagrande, o movimento teve como principal bandeira a luta pelo fim da ditadura militar no Brasil.

Nas redes sociais, o Corinthians publicou nota de pesar pela morte de Olivetto:

“O Sport Club Corinthians Paulista lamenta o falecimento do publicitário Washington Olivetto, aos 73 anos, que aconteceu na tarde deste domingo (13). Um dos ícones da publicidade, herdou a paixão pelo Corinthians de seu tio Armando.

Olivetto foi vice-presidente de Marketing do Clube e além de ser um dos fundadores do movimento Democracia Corinthians.

Autor dos livros “Corinthians x Outros” e “Corinthians – É Preto no Branco”. O Corinthians se solidariza com a família nesse momento de dor.”

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