O plano de golpe liderado por Bolsonaro e os verdadeiros defensores da democracia

Muito antes do início da campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que Jair Bolsonaro, então pré-candidato, se eleito, em algum momento tentaria dar um “cavalo de pau” na democracia brasileira. Tal afirmação perdurou até o fim do mandato do pior presidente da República em todos os tempos.

Desde então, a malta bolsonarista, como se fosse uma guarda pretoriana, acusou-nos de estarmos a serviço do megainvestidor George Soros, uma inverdade escabrosa.

A Operação Contragolpe, da Polícia Federal, provou que estávamos certos quando alertamos para o perigo de um golpe de Estado, algo que Bolsonaro e seus comparsas golpistas negam.

A prisão dos principais responsáveis pela trama golpista e o indiciamento de todos os envolvidos no plano criminoso demostram que por um triz o Brasil não assistiu à democracia indo pelos ares.

Um dos responsáveis pela trama e em cuja residência foram discutidos os detalhes do plano de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o general da reserva Walter Braga Netto afirmou que sempre foi e continua leal a Bolsonaro.

Tal declaração não exime Braga Netto de responsabilidade. Ao contrário, o general da reserva confirma, com o uso de meias palavras, que as tratativas para um golpe de Estado aconteceram e eram de conhecimento de Bolsonaro, como mostram as gravações obtidas pela PF.

É impossível ignorar a relevância da atuação do ministro Alexandre de Moraes, que evitou um mal maior, mas sua permanência à frente do caso da tentativa de golpe, na condição de relator, suscitará a arguição de nulidade da investigação e de eventual ação penal. O melhor, em nome da democracia e do Estado de Direito, é Moraes se declarar impedido pelo fato de ser um dos alvos do plano de triplo assassinato.

Contra o golpe

Longe dos holofotes apontados para o ministro do Supremo, os brasileiros de bem precisam reconhecer que o golpe tramado por Bolsonaro e seus asseclas não se consumou devido à coragem e o compromisso patriótico do general Marco Antônio Freire Gomes e do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, então comandantes do Exército e da Aeronáutica, respectivamente.

Por outro lado, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, à época comandante da Marinha, foi favorável ao golpe. Garnier foi indiciado pela Polícia Federal no escopo da Operação Contragolpe.

Falácias de Bolsonaro

Em relação à declaração de Jair Bolsonaro, que “ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais”, trata-se de inequívoca demonstração de temor em relação aos desdobramentos do caso, O ex-presidente não é obrigado a se declarar culpado, mas contra fatos não á argumentos. Vale ressaltar o direito ao devido processo legal e ao contraditório.

Para concluir, é importante lembrar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, conhecido como “Dudu Bananinha”, afirmou, em outubro de 2018, em vídeo postado nas redes sociais, que para fechar o Supremo bastavam um soldado e um cabo, sem a necessidade de jipe.

“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”, afirmou.

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