Influência de Eduardo Cunha na eleição do próximo presidente da Câmara acende alerta no Planalto

Na seara política, o final de semana será marcado pela eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Os resultados de ambas as eleições definirão o cenário para os próximos dois anos, motivo de preocupação para o governo Lula.

Para o Palácio do Planalto, a sucessão na Câmara é a mais preocupante. Cotado para substituir Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos–PB) exigirá do governo atenção redobrada.

Apesar de nos últimos dois anos ter votado a favor de matérias de interesse do governo, Hugo Motta cresceu politicamente debaixo das asas de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados que foi condenado e preso no âmbito do escândalo do Petrolão.

De volta à cena política desde que deixou a prisão, Eduardo Cunha tem operado nos bastidores do poder com a desenvoltura e a ousadia que marcaram sua passagem pelo Congresso. Em suas recentes incursões nas coxias do Congresso, Cunha foi fonte de inspiração para Arthur Lira quando o assunto era destilar maldades na direção do Palácio do Planalto. Aliás, quem conhece Lira sabe que o deputado alagoano não tem a mesma astúcia de Cunha.

Quando Eduardo Cunha assumiu a liderança do MDB na Câmara, em fevereiro de 2013, o UCHO.INFO afirmou que naquela data começava o calvário da então presidente Dilma Rousseff. Nosso alerta foi baseado na trajetória política de Cunha, que, vale lembrar, foi marcada por enfrentamentos históricos.

No ano seguinte, em fevereiro de 2015, Cunha foi eleito presidente da Cãmara dos Deputados, com 267 votos, ou seja, a maioria absoluta dos votantes (513). O segundo mais votado foi o petista Arlindo Chinaglia, com 136 votos, seguido por Júlio Delgado, com 100 votos, e Chico Alencar, com 8.

A partir de então, a queda de braços entre o Palácio do Planalto e Cunha tornou-se mais acirrada, culminando na votação do impeachment de Dilma Rousseff, acusada de infringir a lei na esteira de uma “pedalada fiscal”, que, anos mais tarde, ficou provado não ter ocorrido.

Na verdade, Dilma foi levada ao cadafalso da Câmara apenas porque não se rendeu às exigências de Cunha. A partir desse embate estabeleceu-se um modelo político que amadureceu no governo de Michel Temer e ganhou força desmedida na gestão do golpista Jair Bolsonaro, que permitiu que o Congresso ficasse à vontade no campo do banditismo político.

Resumindo, o presidente Lula deve redobrar o cuidado na relação com o Congresso, em especial com a Câmara dos Deputados, a partir do próximo sábado (1º), caso queira chegar em 2026 com alguma chance concreta de concorrer à reeleição.

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