Morre Roberta Flack, cantora do sucesso “Killing Me Softly with His Song”

Morreu nesta segunda-feira (24), aos 88 anos, a cantora, compositora e pianista norte-americana Roberta Flack, conhecida internacionalmente pelo sucesso “Killing Me Softly with His Song”, uma das canções mais emblemáticas do soul. Em 2022, Flack foi diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa, doença que provoca fraqueza muscular progressiva e irreversível.

Em nota, sua assessoria diz que Flack “morreu pacificamente e cercada por seus familiares”. “Roberta quebrou barreiras e recordes. Ela também era uma educadora orgulhosa”, diz o comunicado, enviado à revista Variety.

Em 2016, Roberta sofreu um acidente vascular cerebral. Em janeiro de 2022 contraiu Covid-19 e, mesmo com as sequelas do AVC, ainda pretendia retomar a carreira com projetos de lançar um documentário autobiográfico e um livro infantil que lembraria seu primeiro piano.

Roberta Flack teve seu primeiro sucesso com “The First Time Ever I Saw Your Face”, usada por Clint Eastwood no filme “Perversa Paixão”, de 1971. A canção tinha sido lançada cerca de dois anos antes, em seu primeiro álbum, “First Take”.

Dois anos depois, viria o sucesso estrondoso de “Killing Me Softly” – o hit seria premiado no Grammy como gravação do ano e melhor performance vocal pop feminina. A composição de Charles Fox havia sido gravada, em 1972, por Lori Lieberman, em pegada folk, com arranjos em violão.

A versão original não foi um sucesso, mas Flack se apaixonou pela canção e decidiu retrabalhá-la no terreno da “soul music”, cantando e tocando o piano. Ela apresentou a releitura da música pela primeira vez em setembro de 1972, na abertura de um show de Quincy Jones.


 
A história de “Killing Me Softly” vai além. Nos anos 90, após o lançamento de uma versão dos Fugees com a voz de Lauryn Hill, “Killing Me Softly With His Song” voltou a ganhar atenção. Então, em 1996, Jonathan Peters remixou a faixa de Flack, em uma versão que liderou as paradas de músicas dançantes naquele ano.

Na voz de Flack, a música está no Hall da Fama do Grammy, figura em 360º lugar na lista da “Rolling Stone” das 500 Maiores Músicas de Todos os Tempos e em 82º lugar na lista da Billboard.

Ganhadora de quatro prêmios Grammy nos anos 1970, Roberta também foi homenageada pela Academia pelo conjunto de sua obra em 2020. Ela também foi a primeira artista a ganhar duas vezes seguidas o troféu de gravação do ano em 1973 por “First Time I Ever Saw Your Face” e, em 1974, por “Killing Me Softly with His Song”.

A cantora se manteve no auge do sucesso no gênero pop e R&B ao longo da década de 1970, também com o sucesso “Where Is the Love”, de 1974. No total, o estilo suave e lento de Flack lhe rendeu seis hits pop no top 10 americano, além de dez singles de R&B no top 10, alguns ao lado de Donny Hathaway.

Indicada um total de 13 vezes, ela recebeu sua última indicação ao Grammy em 1995, de melhor performance vocal pop tradicional, por “Roberta”. Ao longo da carreira, ela gravou mais de 20 álbuns de estúdio. O último deles, lançado em 2012, “Let It Be: Roberta Flack Sings The Beatles”, Flack faz uma releitura, com acento “soul”, grandes sucessos da banda britânica.

Roberta Cleopatra Flack nasceu em 10 de fevereiro de 1937, na cidade de Black Mountain (Carolina do Norte), em uma família ligada à música. Influenciada por ícones da música gospel, como Mahalia Jackson e Sam Cooke, iniciou os estudos de piano aos nove anos de idade. Aos 15, com bolsa integral, entrou para a Howard University em Washington, onde começou a trabalhar em boates e, com a recomendação do pianista de jazz Les McCann, foi contratada pela Atlantic Records em 1968.

A cantora se divorciou de Stephen Novosel em 1972 e deixa um filho, o músico Bernard Wright.

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