O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as decisões que o tornaram inelegível por oito anos. Na quinta-feira (6), o golpista fracassado afirmou que só indicará outro candidato às eleições presidenciais de 2026 “depois de morto”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível até 2030, ao julgar acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
“Eu não participar [do pleito] é uma negação à democracia. Só depois de morto eu indico outro candidato. Se tivesse um motivo justo, eu nem estaria falando com vocês aqui, arrumaria uma maneira de fugir”, disse ele à imprensa, após desembarcar no Aeroporto de Brasília.
O ex-presidente disse não estar atrapalhando a direita ao evitar a indicação de outro candidato. O líder da trama golpista considera que vários partidos têm condição de lançar nomes para a disputa presidencial. “Cada partido que se apresente, lance o candidato, comece a andar pelo Brasil, como eu fiz”, afirmou.
Em fevereiro, seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), admitiu que existem nomes da direita que poderiam encabeçar uma candidatura alternativa à do pai.
De acordo com Flávio, dirigentes de vários partidos estariam sondando o próprio senador e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como alguns dos quadros viáveis. Outros que estariam na mira das legendas são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Também inelegível, Caiado marcou para o dia 4 de abril evento de lançamento de sua pré-candidatura. Ele cogita a possibilidade de formar uma chapa com o cantor Gusttavo Lima, mas disse que a decisão será tomada em 2026.
Em janeiro, Bolsonaro avaliou uma eventual candidatura de Michelle, de Flávio ou do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na ocasião, ele disse que uma eleição sem sua presença seria “parecida com a da Venezuela”.
Além da inelegibilidade, Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos seguintes crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa armada; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
Bolsonaro, assim como seus advogados, sabe que no caso da trama golpista sua condenação à prisão é algo inevitável. Mesmo assim, o golpista insiste em chafurdar nas valas da delinquência intelectual e do deboche. Afirmar que indicará o nome de um presidenciável somente após a própria morte é no mínimo espetáculo de incongruência. Em outras palavras, Bolsonaro não indicará um candidato ou pretende fazê-lo em sessão espírita.
Mickey e Pateta
Em relação ao plano golpista, Bolsonaro, que antes do final do mandato fugiu para os Estados Unidos, disse que tramou o golpe de Estado com o Mickey e o Pateta, personagens criados por Walt Disney. Em suma, Bolsonaro recorreu ao deboche para tentar provar inocência, algo extremamente difícil diante do conjunto probatório anexado ao inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os dois personagens citados, Jair Bolsonaro, considerando sua trajetória, está mais para Pateta do que para o famoso rato da Disney.
Na verdade, Bolsonaro busca uma forma de agitar a horda de apoiadores, sem a qual não consegue sustentar os próprios devaneios. Quando confirmada sua condenação no escopo da trama golpista, o ex-presidente terá tempo suficiente para refletir, exercício que será feito atrás das grades.
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.